quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A parábola da rosa


Um certo homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente e, antes que ela desabrochasse, contemplou-a. Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou: como pode uma bela flor vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados? Entristecido por este pensamento, ele recusou-se a regar a rosa, e, antes que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.
Assim é com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa: os dons concedidos por Deus e plantados em nós crescem no meio dos espinhos das nossas faltas. Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos. Por vezes, desanimamos e sentimos que nada de bom pode vir do nosso interior. Recusamo-nos a regar o bem dentro de nós, e, consequentemente, isso morre. Nós nunca percebemos o nosso potencial. Algumas pessoas não vêem a rosa dentro delas mesmas; alguém mais deve mostrá-la a elas.
Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas. Esta é a característica do amor - olhar uma pessoa e conhecer as suas verdadeiras faltas. Aceitar essa pessoa na sua vida, enquanto reconhece a beleza na sua alma e ajudá-la a perceber que ela pode superar as suas aparentes imperfeições. Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão os seus próprios espinhos. Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.
Fonte:ilustrar.com

domingo, 26 de agosto de 2007

A maçã e a pérola


Todas as manhãs o rei poderoso e rico de Bengodi recebia as ofertas dos seus súditos. No meio dos outros, sempre pontual, aparecia também um mendigo silencioso, que trazia ao rei uma maçã. Depois retirava-se. O rei, habituado a melhores presentes, aceitava a oferta, mas logo que o mendigo virava costas começava a zombar dele, seguido por toda a corte. O mendigo não desanimava. Voltava em cada manhã com a sua oferta. O rei aceitava-a e punha-a numa cesta ao lado do trono. A cesta continha todas as maçãs trazidas pelo mendigo com gentileza e paciência. Por fim, já transbordava.
Um dia o macaco predilecto do rei pegou num daqueles frutos e deu-lhe uma dentada. Depois deitou-o fora aos pés do rei: O soberano, surpreendido, viu no coração da maçã uma pérola brilhante. Maravilhado, o rei mandou chamar o mendigo e interrogou-o. "Trouxe-vos todas estas ofertas, Majestade", respondeu o homem, "para vos fazer compreender que a vida vos oferece todas as manhãs um dom extraordinário que esqueceis e deitais fora, porque estais rodeado de demasiadas riquezas. "

Autor desconhecido

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Amar para conhecer ou conhecer para amar?


«De entre os seres humanos, apenas conhecemos completamente a existência daqueles a quem amamos.»- Simone Weil


Por favor, não me analises;
Não fiques procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me cortes em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Envolve-me todo nos teus braços
E eu serei o perfeito amor.

Mário Quintana

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Madre Teresa de Calcutá


O dia mais belo? Hoje.
A coisa mais fácil? Errar.
O maior obstáculo? O medo.
O maior erro? Abandono.
A raiz de todos os males? O egoísmo.
A distracção mais bela? O trabalho.
A pior derrota? O desânimo.
Os melhores professores? As crianças.
A primeira necessidade? Comunicar-se.
O que mais lhe faz feliz? Ser útil aos demais.
O maior mistério? A morte.
O pior defeito? O mau humor.
A pessoa mais perigosa? A mentirosa.
O sentimento mais ruim? O rancor.
O presente mais belo? O perdão.
O mais imprescindível? O lar.
A rota mais rápida? O caminho certo.
A sensação mais agradável? A paz interior.
A protecção efectiva? O sorriso.
O melhor remédio? O Optimismo.
A maior satisfação? O dever cumprido.
A força mais potente do mundo? A fé.
As pessoas mais necessárias? Os pais.
A mais bela de todas as coisas? O amor.

Madre Teresa de Calcutá

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Ama em profundidade

Não hesites em amar e amar profundamente. Talvez receies o sofrimento que o amor profundo pode causar. Quando aqueles que amas profundamente te rejeitam, abandonam ou morrem ficas com o coração despedaçado. Mas que isso não te impeça de amar em profundidade. O sofrimento que provém do amor profundo torna o teu amor ainda mais profícuo. É como uma charrua que rasga o solo para permitir à semente ganhar raízes e tornar-se numa planta forte. Sempre que experimentas a dor da rejeição, da ausência ou da morte, enfrentas uma escolha. Podes tornar-te amargo e decidir não amar de novo ou podes enfrentar a tua dor com bravura e deixar que o solo em que permaneces enriqueça e seja capaz de dar mais vida a novas sementes.

Quanto mais tiveres amado e permitido a ti próprio sofrer por esse amor, tanto mais capaz serás de deixar o teu coração alargar-se e aprofundar-se. Quando o teu amor é verdadeiramente generoso e receptivo, aqueles que amas não deixarão o teu coração mesmo quando se afastam de ti. Tornar-se-ão parte de ti, construindo então uma comunidade dentro de ti.

Os que amaste profundamente tornar-se-ão parte de ti. Quanto mais longa for a tua vida tantas mais pessoas terás para amar e para fazer parte da tua comunidade interior. Quanto mais vasta se tornar a tua comunidade interior tanto mais fácil será reconheceres os teus próprios irmãos e irmãs entre os desconhecidos que te rodeiam. Os que estão vivos dentro de ti reconhecerão os que estão vivos à tua volta. Quanto mais vasta a comunidade do teu coração tanto mais vasta a comunidade que te rodeia. Assim, o sofrimento causado pelo desprezo, pela ausência e pela morte pode tornar-se frutífero.
Sim, à medida que amas profundamente, o solo do teu coração rasgar-se-á cada vez mais, mas regozijar-te-ás com a abundância dos seus frutos.

Henri Nouwen, A Voz Íntima do Amor

domingo, 12 de agosto de 2007

Sabedoria da Proporcionalidade

O mundo chama-lhe «Capacidade de Encaixe». Eu prefiro chamar-lhe «Sabedoria da Proporcionalidade».
Tem a ver com aprender a reagir diante de cada situação segundo o que ela merece e significa, e não segundo ela provoca. É a sabedoria de vencer a lógica da reacção… Numa re-acção, a acção nunca é nossa, mas daquele que a provoca. Nós não funcionamos senão como um espelho ou uma parede de ricochete, mais ou menos lisa.
Se numa re-acção a acção não é nossa, reagir é não ser livre. Além disso, se a acção não é nossa, reagir é não se construir.
A lógica da reacção persegue-nos a vida toda… Mas não é tão senhora de nós como pode parecer! Não pode ser!!! Temos que aprender a pôr um cabresto à lógica da reacção para que, nos momentos em que ela se insinua em nós, a domemos, dominemos e vençamos. Está ao nosso alcance! O cabresto chama-se Vontade. O treino segue a metodologia da perseverança quotidiana e não desistente.
Sem isto, não somos mais que seres ultra-sensíveis que se torcem e retorcem ao mínimo toque, e que ao primeiro dissabor atiram um ataque feroz contra essa fonte de sabores acres e amargos, sem sequer se darem conta – muitas vezes – que irão morrer à fome porque apertaram cabeças demais e acabaram por matar não só as fontes dos dissabores mas também as fontes de outras doçuras e delícias que lhes fazem falta…
As reacções são cegas, insensíveis e insensatas. Por muito que nos queiramos enganar, elas nunca estão do nosso lado! Nunca entram em jogo para nos fazer ganhar… As suas fintas quase sempre nos fazem marcar golos na própria baliza e sofrer a angústia da derrota.

Encontrar a proporcionalidade correcta entre o estímulo e a resposta. As reacções nunca são proporcionais; são exponenciais.
Aprender a Proporcionalidade é dar a cada coisa a importância que ela merece, e não a importância que lhe atribuem os nossos sentidos, os nossos afectos e emoções, ou as nossas revoltas interiores. Exige que nos livremos a cada dia da nossa «capa de ricochete relacional» para aprendermos a assimilar e centrar o que vem ao nosso encontro, sejam acontecimentos, situações imprevistas, alegrias ou tristezas, sofrimentos ou prazeres.
A «Sabedoria da Proporcionalidade» é o fio condutor da lógica da aprendizagem: descobrir em todos os acontecimentos uma porta de saída com sucesso. Sem ilusões… Dizer saída com sucesso não é sinónimo de solução fácil. Há algumas situações em que a porta de saída pode não ser uma solução, porque talvez nem a haja. Mas há sempre, em todo e qualquer acontecimento, a porta de saída da aprendizagem.
Isto significa validar todas as coisas, isto é, dar-lhes validade, valor, significado, importância. Porque o maior perigo da nossa vida são os dias em branco. Dias em que falhámos, fracassámos, errámos, foram dias em que, apesar de tudo, vivemos, arriscámos, optámos. Mas dias em branco não são mais do que suicídios de alguns pedaços de nós.
Há que recusar a neutralidade como lógica medíocre dos nossos dias, e optimizar a negatividade que de manhã à noite vem ao nosso encontro por mil e um rostos, acontecimentos e situações.
O que está em jogo somos nós próprios. Não basta ter nascido um dia… é preciso renascer todos os dias! É tarefa e necessidade do coração humano a Sabedoria de Viver, a Arte de Ser. Não está ao alcance de todos, porque é preciso conhecer alguns segredos… como este, por exemplo, da «Sabedoria da Proporcionalidade» ou, como o mundo lhe chama, a «Capacidade de Encaixe».
Para que ao vivermos uns com os outros, não nos condenemos a ser todos menos por causa da rudeza dos nossos desencaixes…


Rui Santiago cssr

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A escolha


Numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto. Sempre que fazia prisioneiros, não os matava: levava-os para uma sala onde havia um grupo de arqueiros de um lado e uma imensa porta de ferro do outro, sobre a qual viam-se gravadas figuras de caveiras cobertas por sangue. Nesta sala, o rei ordenava-lhes que se posicionassem em círculo e dizia-lhes, então:
- «Vocês podem escolher entre morrerem atingidos pelas setas dos meus arqueiros ou passarem por aquela porta e por mim serem lá trancados.»
Todos escolhiam serem mortos pelos arqueiros. Ao terminar a guerra, um soldado que por muito tempo servira ao rei dirigiu-se ao soberano:
-«Senhor, posso fazer-lhe uma pergunta?»
-«Diga, soldado.»
-«O que havia por detrás da assustadora porta?»
-«Vá e veja você mesmo.»

O soldado, então, abre vagarosamente a porta e, à medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente... E, finalmente, ele descobre, surpreso, que... a porta se abria para um caminho que conduzia à LIBERDADE !!!

O soldado, admirado, apenas olhou o seu rei, que diz:
- «Eu oferecia-lhes a escolha, mas preferiram morrer a arriscar-se a abrir esta porta.»

Autor desconhecido

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sê autor da tua vida; e vê em cada pedra no caminho uma oportunidade

Quem decide por mim?

«Certo dia, um jornalista acompanhava um amigo à banca dos jornais. O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como resposta recebeu um tratamento rude e grosseiro. O amigo do jornalista pegou no jornal que foi atirado na sua direcção, sorriu educamente e desejou um bom fim-de-semana ao jornaleiro.
Quando os dois amigos desciam pela rua, o jornalista perguntou:
- Ele sempre te trata com tanta agressividade e má disposição?
- Sim, infelizmente foi sempre assim...
- E tu és sempre tão educado e amigável com ele?
- Sim, procuro ser.
- Porque és tão amistoso e educado para com ele, uma vez que ele tem sempre uma atitude rude e grosseira?
- Porque não quero que ele decida como eu devo agir.»

Autor desconhecido
A Pedra
O distraído tropeçou nela...O bruto usou-a como projéctil. O empreendedor, utilizando-a, construiu. O camponês, cansado da lida, dela fez assento. Para os meninos, foi brinquedo. Drummond poetizou-a. Já Davi matou Golias, e Michelângelo extraiu-lhe a mais bela escultura... E em todos estes casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe "pedra" no teu caminho que não possa ser aproveitada para o teu próprio crescimento.
Autor desconhecido

domingo, 5 de agosto de 2007

Pensamentos

«Viver é como escrever um livro com os nossos pensamentos, palavras e actos. Se alguém fizer da sua vida um rascunho, menospreza o maior dom que recebeu do Criador, porque pode faltar-lhe tempo para passá-lo a limpo.» - Tarcisa Tommasi

«Houve homens que se interessaram de tal forma em provar a existência de Deus que acabaram por se desinteressar por completo do próprio Deus... como se o Bom Senhor nada tivesse a fazer além de existir! Houve alguns tão ocupados em espalhar o cristianismo que jamais deram um pensamento a Cristo. Amigo! Podes ver isso nas pequenas coisas. Já conheces-te um amante de livros que com todas as suas primeiras edições e obras autografadas tivesse perdido o poder de lê-las? Ou um organizador de obras de caridade que perdesse todo o amor pelos pobres? Trata-se da mais subtil de todas as armadilhas.» - C.S. Lewis

«Esta é a lição mais importante e útil que podemos aprender: conhecer-nos a nós mesmos como realmente somos, admitir abertamente as nossas fraquezas e fracassos, e ter um conceito humilde de nós mesmos por causa deles. Não nos firmar em nós mesmos e sempre ter pensamentos bons e respeitosos sobre os outros é grande sabedoria e perfeição.» - Thomas Kempis.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Sobre a Dor e a prática médica

"Agradeço a Deus pela dor", declarou Paul Brand, com a mais pura sin­ceridade. "Não posso pensar num presente maior para dar aos meus pa­cientes de hanseníase (A lepra ou hanseníase ou mal de Hansen, do nome de Gerhard Hansen, que identificou o agente da doença é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos). "A maioria das pessoas vê a dor como uma inimiga. Porém, como os meus pacientes no leprosário compro­vam, ela força-nos a dar atenção a ameaças a que os nossos corpos estão submetidos. Sem ela, um ataque cardíaco, um derrame, um apêndice rompido ou úlceras estomacais aconteceriam sem aviso. Quem iria visi­tar um médico se não estivesse sentindo dor? Notei que os sintomas dos quais reclamavam os meus doentes eram, na verdade, uma prova da cura que o próprio corpo estava promoven­do. De modo geral, todas as reacções dos nossos corpos que vemos com irritação ou nojo - bolhas, calos, inchaços, febre, espirro, tosse, vómito e, especialmente, a dor - demonstram um reflexo em direcção à cura. Em todas essas coisas, normalmente consideradas como nossas inimigas, podemos encontrar uma razão para sermos agradecidos.

Paul Brand expressou o princípio orientador da sua carreira médica da seguinte maneira: "O bem mais precioso do ser humano é o seu espí­rito, seu desejo de viver, seu senso de dignidade, sua personalidade. Embora possamos ser descritos em termos de tendões, ossos e termina­ções nervosas, jamais devemos perder de vista a pessoa que estamos tratando".

Um doente tratado por Paul Brand disse:"Digo-lhe que sou feliz por ter tido esta doença". Perguntei, incrédulo: "Feliz?" Ele respondeu-me: "Sim. Se não fosse a hanseníase, eu teria sido um homem normal, com uma família normal, em busca da riqueza e duma posição mais alta na socieda­de. Nunca teria conhecido pessoas tão maravilhosas quanto o Dr. Paul Brand e a Dra. Margaret, e jamais teria conhecido o Deus que vive neles".

"Nunca ganhei muito dinheiro com a Medicina, especialmente em fun­ção dos lugares onde a pratiquei. Mas digo-lhe que, olhando para trás, para uma vida toda dedicada à cirurgia, vejo que a multidão de ami­gos que um dia foram meus pacientes traz-me mais alegria do que qualquer riqueza poderia dar. Encontrei-os pela primeira vez quando eles estavam sofrendo e com medo. Como seu médico, compartilhei a sua dor. Agora que estou velho, é o seu amor e a sua gratidão que ilumi­nam o caminho da minha vida. É estranho. Aqueles de nós que se en­volvem com lugares em que existe o maior sofrimento olham para trás surpresos por descobrir que ali foi o lugar onde conheceram a realidade da alegria.

"Para aprender como Deus vê o sofrimento neste planeta, precisa­mos apenas olhar para a face de Jesus nos momentos em que ele se move entre os paralíticos, as viúvas e os leprosos. Ao contrário de muitos da sua época, Jesus mostrava uma ternura incomum para com aqueles que tinham um histórico de pecados sexuais - veja como ele age com a mu­lher samaritana no poço, ou com aquela de má reputação que lavou os seus pés com os seus cabelos, ou com a mulher flagrada em adultério. Em Jesus, disse Donne, temos um grande Médico que "conhece as nossas en­fermidades naturais, pois ele as teve, e sabe o peso dos nossos pecados, pois ele pagou um alto preço por eles".

Philip Yancey - "Alma Sobrevivente"