terça-feira, 30 de outubro de 2007

Lobos internos


Um Avô disse ao seu neto, que se chegou a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça: "Deixa-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que me "aprontaram" tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói-te , mas não fere o teu inimigo. É o mesmo que tomaras veneno, desejando que o teu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos".

E o avô continuou contando ao neto: "É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isso, e da maneira correcta.
Mas, o outro lobo, ah!, esse é cheio de raiva! Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar, porque a sua raiva e o seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma!
Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar o meu espírito".

O garoto olhou intensamente nos olhos do seu Avô e perguntou:"Qual deles vence, Avô?"
O Avô sorriu e respondeu baixinho:"Aquele que eu alimento".


Autor desconhecido

domingo, 28 de outubro de 2007

O Tamanho das Pessoas


Os Tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...
Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu,
quando te trata com carinho e respeito,
quando te olha nos olhos e sorri .

É pequena para ti quando só pensa em si mesma,
quando se comporta de uma maneira pouco gentil,
quando fracassa justamente no momento em que
teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas:
a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor.

Uma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida,
quando procura alternativas para o seu crescimento,
quando sonha junto contigo.

É pequena quando se desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela,
mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou pequenez dentro de um relacionamento,
pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.

Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.


É difícil conviver com esta elasticidade:
as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos.
O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros,
mas de acções e reacções, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande...

É a sua sensibilidade, sem tamanho...

William Shakespeare

sábado, 27 de outubro de 2007

O Perdão liberta


«Qual é a maior vingança contra um inimigo? Já afirmei que é perdoar-lhe. Se o compreendermos, perdoar-lhe-emos. Se lhe perdoarmos, ele morre dentro de nós e renasce não mais como inimigo. Caso contrário, ele dormirá connosco e roubar-nos -á o sono, comerá connosco e destruirá o nosso apetite.» - Augusto Cury, in "O Mestre do Amor"

Não perdoar aprisiona-me ao passado e exclui todo potencial de mudança. Assim, transfiro o controle ao outro, meu inimigo, e condeno-me a sofrer as consequências do erro. Uma vez ouvi um rabino imigrante fazer uma declaração espantosa. "Antes de vir para a América, precisei perdoar Adolf Hitler", ele disse. "Eu não queria trazer Hitler dentro de mim para o meu novo país.

"Nós perdoamos não apenas para cumprir alguma lei mais elevada de moralidade; fazemo-lo por nós mesmos. Como Lewis Smedes destaca: "A primeira e geralmente única pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa... Quando genuinamente perdoamos, libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro que libertamos éramos nós".

O perdão quebra o ciclo da culpa e afrouxa a força opressora do pecado. Realiza as duas coisas por meio de uma notável ligação, colocando o perdoador do mesmo lado de quem cometeu o erro. Por meio disso, percebemos que não somos tão diferentes do culpado como gostaríamos de pensar. "Eu também sou diferente do que eu mesma me imagino. Saber disto é perdoar", disse Simone Weil. - Philip Yancey, in "Maravilhosa Graça"

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Canções da minha vida II


Como conheci este cantor e esta canção maravilhosa? Um dia, um amigo entra-me em casa com um cd na mão e diz-me:" tens que ouvir isto!". Coloco imediatamente o cd na aparelhagem sonora e a primeira música que oiço causa-me uma sensação agradável e tenho a percepção de que estou a ouvir uma verdadeira pérola musical. Não sinto arrepios na pele( como geralmente acontece quando oiço certas canções), mas a melodia enternece-me, a voz soa-me sensível e cheia de alma... os acordes de piano sublimes...
Mais tarde, depois de voltar a ouvi-la uma infinidade de vezes, começo a descobrir a sua essência; os seus pequenos tesouros ocultos, que uma única e superficial audição não tem o poder de nos revelar... Começo então a sentir os arrepios na pele, especialmente quando a escuto em determinados contextos emocionais. É uma canção simples, pura e muito bela. Uma das canções da minha vida, sem dúvida!
Espero que gostem! Expressem a vossa opinião (mas escutem com o coração, e várias vezes).


Nick Drake - "Northern Sky"



I never felt magic crazy as this
I never saw moons knew the meaning of the sea
I never held emotion in the palm of my hand
Or felt sweet breezes in the top of a tree
But now you're here
Brighten my northern sky.

It's been a long time that I'm waiting
Been a long time that I'm blown
been a long time that I've wandered
Through the people I have known
Oh, if you would and you could
Straighten my new mind's eye.

Would you love me for my money
Would you love me for my head
Would you love me through the winter
Would you love me 'til I'm dead
Oh, if you would and you could
Come blow your horn on high.

I never felt magic crazy as this
I never saw moons knew the meaning of the sea
I never held emotion in the palm of my hand
Or felt sweet breezes in the top of a tree
But now you're here
Brighten my northern sky.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Dois tipos de sabedoria

Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior. A sabedoria inferior é dada por tudo o que uma pessoa sabe, e a superior é dada pela consciência do que não se sabe. Os verdadeiros sábios são os mais convictos da sua ignorância. Desconfiem das pessoas auto-suficientes. O orgulho é um golpe contra a lucidez, um atentado contra a inteligência.

A sabedoria superior tolera; a inferior julga; a superior alivia, a inferior culpa; a superior perdoa, a inferior condena. Na sabedoria inferior há diplomas, na superior ninguém se diploma, não há mestres nem doutores, todos são eternos aprendizes.
Que tipo de sabedoria controla a tua vida?

Augusto Cury, O Mestre do Amor

domingo, 21 de outubro de 2007

Poesia...



DESCOBERTA

Quero aqueles gestos puros
nascidos de dentro da alma
como uma criança que vem ao mundo
e exprime seus sentimentos
sem explicações
Porque os gestos puros
eles não tem máculas
simplesmente existem
nascidos da semente do coração
Quero aquele olhar cheio de encanto
que quebra a beleza da noite
e parte as estrelas em mil pedaços
E arregaça a lua toda
descobrindo seus segredos
ouvindo as canções puras
que emanam do verdadeiro ser
Quero aquelas palavras
vindas de dentro do coração
que não são achadas em livros
nem em poesias
aquelas que ninguém ainda disse
frases inéditas
que vivem presas nas teias da alma
Quero aquele impulso latente
da verdade sem máscaras
descobrir o segredo da vida
encantar-me com a musica
embutida nos sonhos
E viver como uma criança
descobrindo pelo tacto
pelo cheiro
pelo olhar
tudo totalmente inédito e puro
como o primeiro respirar

®Mary Fioratti -http://encontrodasaudade.blogspot.com/2006/08/descoberta-quero-aqueles-gestos-puros.html




PORQUE

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Lição de vida


Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo sabendo que as rosas não falam.
Que eu não perca o OPTIMISMO,
mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER,
mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa.
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,eles acabam indo embora das nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o EQUILÍBRIO,
mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.
Que eu não perca a VONTADE DE AMAR,
mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo,
pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ e o BRILHO NO OLHAR,
mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão os meus olhos...
Que eu não perca a GARRA,
mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a RAZÃO,
mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA,
mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO,
mesmo sabendo que um dia os meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER,
mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
e escorrerão pela minha alma...
Que eu não perca o AMOR PELA MINHA FAMÍLIA,
mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige esforços incríveis
para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR
que existe no meu coração,
mesmo sabendo que muitas vezes ele
será submetido e até rejeitado.
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE,
mesmo sabendo que o mundo é pequeno...
E acima de tudo...
Que jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente,
que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
é capaz de mudar e transformar qualquer coisa,
pois.... A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!


Edgar Furtado

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Pérolas de sabedoria de "A Saga de um Pensador"



« Podes duvidar que Deus existe, mas Deus não duvida que tu existes.»


«Não há louco que não seja lúcido nem lúcido que não seja louco.»


«Cada cabeça é um planeta e cada planeta tem uma rota peculiar que exige um plano de voo distinto para ser atingida.»


« Um homem sem história é como um livro sem letras.»


«A existência é um belíssimo livro. Ninguém pode fazer uma excelente leitura desse livro se não aprender a ler as pequenas palavras.»


«O que define a nobreza de um ser humano é a sua capacidade de ver a sua pequenez.»


«É mais fácil desintegrar um átomo do que desfazer um preconceito»


«Os médicos devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos das emoções, profissionais capazes de ver as angústias, ansiedades e lágrimas que se escondem sob os sintomas. Caso contrário, tratarão de orgãos e não de seres humanos.»


«O meu desafio como psiquiatra não é apenas medicar os pacientes ou fazer sessões de psicoterapia, mas mostrar-lhes que a flor mais exuberante brota no inverno emocional mais rigoroso, Os que atravessaram os seus desertos psíquicos e os superaram tornaram-se mais belos, lúcidos e ricos do que eram.»


«Cada cabeça é um planeta e cada planeta tem uma rota peculiar que exige um plano de voo distinto para ser atingida.»


«Não é fácil enfrentar as nossas ruínas, mas é a única maneira de sermos autores da nossa história e não vítimas dela.»


«Dêem-se, mas não esperem muito retorno dos outros. Esta é uma das mais excelentes ferramentas para proteger as vossas emoções.»


«A felicidade não existe pronta, não é uma herança genética, não é um privilégio de uma casta ou camada social. A felicidade é uma eterna construção.
Houve reis que tentaram aprisionar a felicidade com o seu poder, mas ela não se deixou prender. Milionários tentaram comprá-la, mas ela não se deixou vender. Famosos tentaram seduzi-la, mas ela resistiu ao estrelato. Sorrindo, ela sussurou ao ouvido de cada ser humano: "Ei! Procura-me nas decepções e dificuldades e, principalmente, encontra-me nas coisas anónimas da existência." Mas a maioria não ouviu a sua voz, e entre os que a ouviram, poucos lhe deram credibilidade.»


«Ser feliz é ser capaz de dizer "eu errei", é ter sensibilidade para dizer "eu preciso de ti", é ter ousadia para dizer "eu amo-te".»


«Não tenhas medo da vida, tem medo de não viver. Não tenhas medo de cair, tem medo de não caminhar... Ninguém é digno de segurança se não usar a sua fragilidade para a alcançar.»


«Nalguns momentos, eu decepcionar-te-ei, noutros, tu frustar-me-ás, mas se tivermos coragem para reconhecer os nossos erros, habilidade para sonharmos juntos e capacidade para chorarmos e recomeçarmos tudo de novo tantas vezes quantas forem necessárias, então, o nosso amor será imortal.»


«Todo o amor é belo na sua nascente, mas poucos resistem ao calor do sol. Que o vosso amor suporte os testes da existência!»


«Velejarei pelos mares da ansiedade, escalarei as montanhas dos medos e percorrerei os vales das decepções para não deixar o amor morrer!»











domingo, 14 de outubro de 2007

Os meus livros


«Deixa-me dizer-te, meu caro, pode bem acontecer que vás através da vida sem saber que debaixo do teu nariz existe um livro no qual a tua vida é descrita em todo o detalhe. Aquilo do qual nunca te deste conta antes, vais relembrando aos poucos, assim que comeces a ler esse livro, e encontras e descobres... alguns livros tu lês e lês e não lhe consegues encontrar qualquer sentido ou lógica, por mais que tentes. São tão "espertos" que não consegues perceber uma palavra daquilo que dizem... Mas esse livro que talvez esteja logo debaixo do teu nariz, tu lês e sentes-te como se tivesses sido tu próprio a escrevê-lo, tal como - como é que hei-de dizer ? - tal como tivesses tomado posse do teu próprio coração - qualquer que este possa ser - e o tivesse virado do avesso de forma que as pessoas o consigam ver, e descrito com todos os detalhes - tal e qual como ele é! E como isto é simples, meu Deus! Porquê, eu próprio poderia ter escrito este livro! Porquê, de facto, porquê é que eu próprio não escrevi este livro!» - Fiodor Dostoievski, in "Pobre Gente"

«Não há no mundo livros que se devam ler, mas somente livros que uma pessoa deve ler em certo momento, em certo lugar, dentro de certas circunstâncias e num certo período da sua vida»- Lin Yutang

«Um livro não é um livro, mas sim um homem que fala através do livro.» - Alberto Moravia

«Apenas se deveriam ler os livros que nos picam e que nos mordem. Se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para quê lê-lo?» - Franz Kafka


Pode um livro mudar uma vida? Na minha opinião, não! Certo pensador disse: « ...o proveito dos livros depende da sensibilidade do leitor; a ideia ou paixão mais profunda dorme como numa mina enquanto não é descoberta por uma mente e um coração afins.» E eu digo: o proveito dos livros depende daquilo que fazemos do que lemos e aprendemos. O livro em si não muda uma vida. Mas, há livros que despertam em nós a criança adormecida; o aventureiro acomodado; o sonhador intrépido e ousado; o guerreiro determinado a recomeçar a lutar depois de cada batalha perdida...
Há livros que nos dão asas, mas para que servem as asas se tivermos medo de voar? Há livros que nos apontam vários caminhos, mas temos de ser nós a escolher, a optar; devemos ser os autores e protagonistas da nossa história.

«Um belo livro é aquele que semeia em redor os pontos de interrogação» . «A Saga de um Pensador», é precisamente um desses livros. É um livro que nos conduz à interrogação, à reflexão, que deixa muitas questões em aberto e nos estimula a sermos pensadores únicos e não repetidores de ideias de outrem.
Quando acabei de ler o livro fiquei com a sensação de que a tarefa do autor estava cumprida,e que a partir daquele instante teria de ser eu a escrever a minha parte da história. É como disse Josefh Conrad:« O autor só escreve metade do livro. Da outra metade, deve ocupar-se o leitor.»

Augusto Cury não é um romancista de renome, não se destaca pela sua capacidade de criar enredos complexos, ou por uma prosa de fino recorte literário. Augusto Cury é psiquiatra, cientista e psicoterapeuta e este é o seu primeiro romance. O autor tem o dom de reavivar a nossa capacidade de sonhar; de estimular e despertar em nós a ousadia, a coragem, a criatividade; de abrir o leque da inteligência e levar-nos a viajar pelas trajectórias do nosso ser. Eu acredito que este livro é capaz de ressuscitar sonhos, de encorajar e reanimar pessoas deprimidas, desiludidas, angustiadas, carentes de um significado e de um sentido para as suas vidas.
Utilizando uma linguagem poética, simples, cativante e acessível, Cury revela-nos as suas descobertas científicas no âmbito do funcionamento da mente e das funções mais nobres da inteligência. Neste livro concentram-se imensas pérolas de sabedoria de inúmeros pensadores, filósofos, poetas, romancistas, cientistas e, claro, do próprio autor. Mas, dessas pérolas falarei no próximo post. Até breve!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Inverter a lógica


É fundamental compreendermos que a realidade “não é simplesmente o que é”, mas acaba sempre por tornar-se o modo como olhamos para ela. As coisas tomam a cor da luz que as ilumina. Numa sala com uma lâmpada azul, todas as paredes, móveis e pessoas ficam azuis. Muda a lâmpada para verde, e tudo ficará verde. Para ver bem, é preciso escolher a “luz” certa. “Olhar” os acontecimentos significa “interpretá-los”. E é fundamental aprendermos a interpretar os acontecimentos de maneira optimista, positiva, confiante e criativa, porque isso leva-nos a dar passos concretos que nos conduzem a melhorarmos a realidade.

Um pensador espanhol muito conhecido, disse um dia uma frase que ficou famosa: “Eu sou eu e a minha circunstância”. Mas “eu” não sou a minha circunstância! Na mesma circunstância, “eu” posso optar por ser “outro”, isto é, ser diferente. Porque as circunstâncias (contextos) fazem as pessoas, mas as pessoas fazem as circunstâncias (contextos). Não somos “ratos de laboratório” numa grande “gaiola de experiências e ensaios” que é o mundo! Não somos fantoches nas mãos de qualquer destino! Temos os fios mais importantes da nossa vida nas nossas próprias mãos! As nossas posturas, atitudes e expressões (verbais, faciais, corporais, simbólicas…) são consequência das nossas experiências, mais ou menos positivas. Sim; mas o mais importante desta lógica é que pode ser invertida! As nossas experiências de vida podem ser mudadas se mudarmos as nossas posturas, atitudes e expressões!

O modo como nós lidamos com as nossas experiências, as mais antigas como as actuais, torna-as diferentes. Somos protagonistas de nós próprios, somos autores e não só resultado da nossa história, cheio de acontecimentos. Quando falamos de “história”, da nossa história, temos a tentação de olhar só para o passado, considerando-nos como resultado de tudo o que fomos, tivemos e nos aconteceu. Uma coisa te garanto: a maturidade da Fé, da Esperança e do Amor ao jeito de Jesus empurra-nos sempre a olhar para a frente, rasga-nos o futuro. “Tens que nascer de novo!”, disse Jesus a Nicodemos. “Poderei voltar ao ventre da minha mãe?!”, perguntou ele. O engano do costume… querer renascer voltando ao passado! Renascer é nascer novo para o futuro. A nossa história não é só o fio das nossas memórias e experiências. A nossa história é também o apelo ao que de nós ainda está por nascer, o mundo dos nossos projectos e das nossas ousadias a caminho da Felicidade. Não te deixes ser apenas o resultado das tuas experiências!

Sê autor da tua história, pelo modo como amadureces com as experiências do passado, enfrentas as do presente e preparas as do futuro. Não te deixes cair no marasmo dos que acham que nunca há nada a fazer para mudar… porque é mentira! Nem deixes que te enganem com os seus argumentos… Não te deixes cair na tentação de querer justificar as desistências com argumentos que parecem muito “sábios”, mas só servem para enganar os distraídos, coisas deste tipo: “Eu sou assim… é uma questão de personalidade… é a minha maneira de ser…” Essa “maneira de ser” que chamam “personalidade” não pode ser entendida como uma realidade estática, como um destino interior imutável, qualquer coisa como uma “mola interior” que impulsiona os nossos comportamentos, sempre e só num movimento “de dentro para fora”.

Sabes, a nossa personalidade manifesta-se nos nossos comportamentos, mas se quisermos amadurecer temos que começar por conscientemente mudar os nossos comportamentos! Os comportamentos também moldam a personalidade. Na prática, sabes como é que isto se faz? É assim: se queres possuir uma determinada qualidade ou maneira de ser, faz por comportar-te como se já a tivesses! Esse é o caminho para ela desabrochar em ti…

Rui Santiago

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Da ruminação pessimista à digestão optimista

Pois é! Às vezes “acontecem” coisas que ninguém estava à espera, situações pelas quais ninguém optou, acontecimentos que ninguém escolheu viver, experiências que ninguém queria. A marcha da vida e as suas surpresas desagradáveis, que nos costumam deixar na boca o travo da injustiça e, às vezes, da revolta…Mas não são só estas… até outras, que nos parecem ainda mais incompreensíveis.

Temos que dar alguns saltos qualitativos para chegarmos à sabedoria da confiança e do optimismo criativo. Este, por exemplo: temos que aprender a reconhecer que a marcha da vida não é obrigatoriamente justa! Às vezes, mesmo sendo competentes e esforçando-se, sendo sérios e empenhados, os resultados podem ser maus. Aqui, há que aceitar e avançar! Que outra hipótese haverá?! Enrodilhar-se num canto e chorar? Nunca fiques aí muito tempo… eu sei que apetece, mas isso faz-te tanto mal…Já alguma vez viste uma vaca a pastar? Engole tudo de uma vez, e depois deita-se calmamente a ruminar, que é o processo de trazer a comida à boca para a mastigar demoradamente! Nós, muitas vezes fazemos algo parecido na nossa mente com os acontecimentos mais negativos e dolorosos da nossa história…É aqui que devemos aprender a passar da ruminação pessimista dos acontecimentos, à sua digestão optimista, ou seja, assimilação, incorporação e… adiante, que o caminho faz-se caminhando!

A ruminação dos acontecimentos encerra-nos na espiral fechada da angústia, pela repetição constante do “Porquê?! Porquê?!” E, muitas vezes, não há mesmo um “porquê”…A digestão insere-nos na espiral aberta do crescimento, pela serena luminosidade da pergunta: “Para quê?... Para quê esta situação? O que aprendo com ela, como posso crescer nela?
Auto-enroscar-se nas causas, ou abrir-se às soluções? Tenho a certeza que nem duvidas do que é melhor… E tenho a certeza que Deus nunca se ausenta nas nossas dificuldades! A maior parte das vezes costumamos é pô-lo a “jogar na equipa contrária”… Deus está por nós!!! Deus não é a causa dos acontecimentos que nos fazem mal, mas sim a saída com sucesso! Deus é em nós fonte de força e discernimento para compreendermos como lidar com todas as situações, como sair delas mais amadurecido e humanizado. Para teu bem, nunca permitas que alguém à tua frente coloque Deus como “causa do mal!” É uma mentira gravíssima, e muito difundida. Deus é o Amor Forte e Novo ao teu dispor, vinte e quatro horas por dia, para te conduzir à Vitória sobre o Mal, à Vitória sobre a Tristeza, à Vitória sobre o Absurdo. Vive-o, testemunha-o, anuncia-o!
E não te deixes ficar muito tempo prostrado! “Agarra-te nas mãos” e refaz-te sem demoras, porque ouvi dizer que “a vida são dois dias”, e às vezes levamos um para despertar! Sabes, aqui entre nós… o papel de vítima pode ser muito confortável, talvez até uma excelente desculpa para não mudarmos… mas não é certamente o caminho que conduz à “Terra Prometida que se chama Felicidade”.

Rui Santiago

domingo, 7 de outubro de 2007

Canções da minha vida


"As canções são como as mulheres: muitas nem ligamos, outras fazem-nos pensar, mas algumas ficam para sempre."

A música é uma das grandes paixões da minha vida... Desde muito novo que colecciono canções em cassetes, discos, cd´s e sobretudo na minha memória.
Há canções que ficam para sempre, são intemporais... acompanham-nos ao longo dos anos e nunca nos cansamos da sua companhia. Canções que nos falam ao coração; que nos fazem vibrar, viajar sonhar, rir, chorar...enfim, mergulhar no mais fundo de nós mesmos. Canções com as quais crescemos. Canções que vemos crescer(dentro de nós).

Uma canção é sempre diferente; depende do momento em que a ouvimos, do ambiente, do nosso estado de espírito. Há canções que iluminam espaços recônditos da alma onde se escondem os tesouros mais preciosos. Canções que foram e são a banda sonora de uma vida feita de tristeza, alegria, solidão, encontros, desencontros, paixões fugazes, amizades eternas, sonhos desfeitos e ressuscitados, derrotas, vitórias, conquistas, perdas, frustações, eternos recomeços... Canções que deixámos de ouvir por diversos motivos, mas que permanecem para sempre, como amigos fisicamente distantes que não vemos há imenso tempo, mas que estão bem perto do coração. Canções com história - a nossa história de vida ligada a essas melodias e palavras tão cumplices e cheias de significado.

Canções de outros, mas também nossas... A canção é uma dádiva. Canções que são bálsamo, terapia... Canções que resgatam um sentido perdido ou memórias tão profundas como os mistérios que nunca devem deixar de nos causar deslumbramento e espanto. Pequenos tesouros musicais que gostamos de partilhar com os nossos melhores amigos como se fossem segredos bem guardados no mais íntimo do ser.

São algumas das canções da minha vida que, a partir de hoje, vou partilhar com todos os que me visitam; para que me conheçam um pouco melhor, pois eu também sou as canções que escuto...
A minha primeira escolha recai sobre uma canção que já ouvi dezenas e dezenas de vezes, mas que me causa arrepios e uma sensação de paz interior cada vez que a escuto. É uma canção que me enche a alma!


Beth Gibbons - Mysteries



God knows how I adore life
When the wind turns on the shores lies another day
I cannot ask for more

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Oh mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A voz da consciência


Duas crianças estavam a patinar num lago congelado da Alemanha. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo quebrou-se e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo o seu amiguito preso e a congelar aos poucos, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: "Como é que conseguiste fazer isso? É impossível que tenhas conseguido quebrar o gelo, sendo tu tão pequeno e com umas mãos tão frágeis!" Nesse instante, o génio Albert Einstein passava pelo local e comentou: "Eu sei como ele conseguiu." Todos perguntaram: "Pode dizer-nos como?". " É simples", respondeu Einstein, "Não havia ninguém por perto para lhe dizer que não seria capaz." "Deus fez-nos perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. "Fazer ou não fazer algo, só depende da nossa vontade e perseverança. (Albert Einstein)

Conclusão: "Preocupa-te mais com a tua consciência do que com tua reputação, porque a tua consciência é o que tu és, e a tua reputação é o que os outros pensam de ti. E o que os outros pensam, é problema deles."

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Porque gritamos?


Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: - Por é que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
- Gritamos porque perdemos a calma - disse um deles.
- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao nosso lado? Questionou novamente o pensador.
- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, respondeu outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: - Então não é possível falar-lhe em voz baixa?
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:
- Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?
O facto é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para diminuir esta distância precisam de gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos os seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem.
É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:- Quando discutirem, não deixem que os vossos corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.