quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O AMOR E A VIDA


«O amor e a vida são frágeis. Sua força invencível vem da ternura com a qual os cercamos e sempre os alimentamos.»
Leonardo Boff

domingo, 16 de novembro de 2014

ESTA GENTE


Esta gente cujo rosto 
Às vezes luminoso 
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos 
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto 
De luta e de combate 
Contra o abutre e a cobra 
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem 
O rosto desenhado 
Por paciência e fome 
É a gente em quem 
Um país ocupado 
Escreve o seu nome

E em frente desta gente 
Ignorada e pisada 
Como a pedra do chão 
E mais do que a pedra 
Humilhada e calcada

Meu canto se renova 
E recomeço a busca 
De um país liberto 
De uma vida limpa 
E de um tempo justo


Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia"
http://amalia2112.blogspot.com.br/2014/10/esta-gente.html

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

PERSEVERANÇA


«Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo.»

Ana Jácomo

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

COMO CONSEGUI CHEGAR TÃO LONGE?




Como consegui chegar tão longe?
(E sempre em sendas tão escuras?)
Devo ter viajado pela luz
Brilhando nas faces de todos os que amei.

Thomas McGrath, «Poem», in Selected Poems:1938-1988

terça-feira, 4 de novembro de 2014

CULTIVAR A INTERIORIDADE


«Já conheci pessoas bonitas de todos os géneros - baixas, altas, gordas, magras, com esta ou aquela particularidade - e a conclusão é sempre a mesma: a beleza física é, de todas as belezas, a mais superficial, a mais frágil, a mais volátil! Ou a pessoa tem bondade e profundidade ou a beleza exterior acaba por cair como uma máscara e deixar-nos sem nada. Se aquela pessoa cultivou a interioridade, ela emerge e prevalece - isso acontece mesmo naquelas pessoas por quem não dávamos nada. Por isso é que a confiança e a alegria de viver fazem pela beleza de uma pessoa o que cirurgias estéticas, maquilhagens, roupas ou dietas são incapazes de fazer. No fim de contas, a melhor operação de charme é mesmo a alegria.»

sábado, 1 de novembro de 2014