quinta-feira, 30 de abril de 2015

FELICIDADE


Pela flor pelo vento pelo fogo
Pela estrela da noite tão límpida e serena
Pelo nácar do tempo pelo cipreste agudo
Pelo amor sem ironia - por tudo
Que atentamente esperamos
Reconheci tua presença incerta
Tua presença fantástica e liberta


Sophia de Mello Breyner Andresen, in Livro Sexto

segunda-feira, 27 de abril de 2015

HAJA ESPERANÇA!


«A esperança, só a esperança, nada mais, chega-se a um ponto em que não há mais nada senão ela, é então que descobrimos que ainda temos tudo.»

José Saramago, in O Ano da morte de Ricardo Reis

sexta-feira, 24 de abril de 2015


O meu desejo na primavera:
que mesmo as flores selvagens
venham florir à minha porta


José Tolentino Mendonça, in A Papoila e o Monge

terça-feira, 21 de abril de 2015



“Tal como deve ser escrito o amor: a tinta permanente.”

Afonso Cruz, in A Boneca de Kokoschka

sábado, 18 de abril de 2015

CHORAR ESTRELAS


“E Elahi perguntava-se como seria possível que a tradução daquilo que se passava dentro dele fossem apenas umas quantas lágrimas. Que coisa tão mal feita, pensava. Com tanto sofrimento, com licença, deveríamos chorar estrelas, para mostrar como tudo o resto é pequenino comparado com tudo o que nos dói.”

Afonso Cruz, in Para onde vão os guarda-chuvas

quarta-feira, 15 de abril de 2015

NUNCA CHORAREMOS BASTANTE


«Nunca choraremos bastante quando vemos 
O gesto criador ser impedido 
Nunca choraremos bastante quando vemos 
Que quem ousa lutar é destruído 
Por troças por insídias por venenos 
E por outras maneiras que sabemos 
Tão sábias tão subtis e tão peritas 
Que nem podem sequer ser bem descritas.»


Sophia de Mello Breyner Andresen, in Livro Sexto

sábado, 11 de abril de 2015


«O homem que começou a viver mais seriamente por dentro, começa a viver mais singelamente por fora.»

Ernest Hemingway

domingo, 5 de abril de 2015

"OS LIVROS SÃO PERIGOSOS, FAZEM PENSAR..."


«Esses objectos, tão perigosos que a sua posse é motivo para a pena máxima, não se disparam, não são cortantes, perfurantes ou contundentes. Aquilo que os implacáveis guardiães do Reich tanto temem são apenas livros: livros velhos, sem capas, desfolhados, quase desfeitos. Mas os nazis odeiam-nos, caçam-nos e proscrevem-nos com uma ferocidade obsessiva.
Ao longo da História, todos os ditadores, tiranos e opressores, fossem arianos, negros, orientais, árabes ou eslavos, fosse qual fosse a cor da sua pele, quer defendessem a revolução popular, os privilégios dos ricos, o primado de Deus ou a disciplina sumária dos militares, fosse qual fosse a sua ideologia, tiveram uma coisa em comum: todos, sem excepção, perseguiram os livros com uma sanha feroz. Os livros são perigosos, fazem pensar.”

Antonio G. Iturbe, in A bibliotecária de Auschwitz

quinta-feira, 2 de abril de 2015

DEIXA O DIA DE ONTEM



Deixa
o dia de ontem
com Deus

E vive
em paz
a espera

A cada dia
basta
a sua pena

E
o amanhã
é
como o arco-íris

Um anjo
está contigo
quando desanimas

Um anjo
está contigo
quando te alegras

Sempre
um anjo
está contigo

E
o arco-íris
brilha
como a água
que corre

Adília Lopes