«Devemos, em algum momento, assumir a responsabilidade por nossa vida. Isso também significa que devemos nos reconciliar com as feridas que sofremos na infância, que podem, então, tornar-se fonte de vida. Nossas feridas viram pérolas, como diz Hildegard von Bingen. Quando contemplamos nossas feridas, podemos compreendê-las melhor. Não nos condenamos mais por reagir com tanto melindre. É compreensível sermos tão melindrosos com essas feridas, tão susceptíveis, tão temerosos em relação à autoridade. É só a compreensão que nos livra da autocondenação.
Mas não se pode parar na compreensão. É importante que em minhas feridas eu descubra o meu talento, a pérola que torna a minha vida preciosa. Na ferida está a minha oportunidade. Se, por exemplo, recebi pouco carinho, posso ser sensível com todas as pessoas que sofrem falta de amor. E, por não me ter saciado em minha necessidade de amor e proximidade, segui o caminho espiritual. Não me contento em ter uma boa situação. Permaneço vivo em meu anseio por Deus.
Descubro a minha trilha para a vida justamente nas minhas feridas. Estas se tornam minha oportunidade de reconhecer o meu carisma e vivê-lo. Desse modo, minhas feridas se tornam fonte de benção para mim e para os outros.» (Anselm Grün, em "O Pequeno livro da verdadeira felicidade")
1 comentário:
Adoro vir aqui... sempre encontro uma palavra para minha alma !
beijos
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