sexta-feira, 28 de novembro de 2008

AMAR EM FRATERNIDADE


«Que significa amar?
Amar um ser é esperar nele para sempre.
Amar um ser é não o julgar; julgar um ser é identificá-lo com aquilo que dele se conhece. «Agora, conheço-te. Agora julgo-te. Sei aquilo que vales»... Isto representa matar um ser.
Amar um ser é esperar sempre dele algo de novo, algo de melhor.

O que é uma Fraternidade?
É um ambiente onde, graças aos outros, se é mais igual a si próprio, onde se tem necessidade dos outros para se ser autêntico.
Porque os outros esperam algo de nós, acreditam em nós, confiam em nós, atrevemo-nos a mostrar-nos tão bondosos, tão suaves, tão humildes, simples, serviçais e generosos como eles nos incitam a ser.

E nós? Sentimos necessidade de ser vários para sermos nós próprios?
Quando te sentes mais tu mesmo? Quando estás sozinho a remoer as tuas queixas, a ruminar a tua amargura? Ou quando deparaste com uma fraternidade, alguns amigos junto dos quais és muito mais tu mesmo?
Porque eles te estimam e têm confiança em ti e desse modo tu consegues revelar-te tão bondoso, tão delicado, tão generoso e tão alegre quanto de ti depende, tudo aquilo que os outros te impedem habitualmente de ser, porque não acreditam em ti...»

(Louis Evely, em "Fraternidade e Evangelho")

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ACREDITA!


"O sol falava esta manhã tão claramente que, se eu tivesse podido tomar nota daquilo que ele dizia, teria escrito o mais belo livro de todos os séculos." (Christian Bobin, em "Ressuscitar")

Acredita, amigo (a)...
Há dentro de ti um SOL que quer, através de ti, projetar seus raios o mais longe que puder...
Não ponhas à frente dele obstáculos de lamentações, revoltas e materialismos...
Deixe-O livre para expandir Luz, Calor e Felicidade...
Quanto mais creres que tens este SOL
e que Ele te é vida de verdade e abundante,
mais eliminas a escuridão em teu interior,
e te abres ao optimismo e à esperança...
Passas a desfrutar de paz, amor e felicidade
que jamais esperavas possuir,
e nasce em ti um mundo novo, mais claro, mais alegre, mais feliz...

Acredita no teu SOL!
Põe sua Luz no que fazes,
e confia teu presente e teu futuro em Deus...
Deixa o teu SOL brilhar em teu interior
e serás o primeiro a ser iluminado(a)!!
(Autor desconhecido)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

UM AMOR LIBERTADOR

«O meu amor deve impulsionar o outro a amar-se a si mesmo.
Devemos avaliar o nosso êxito no amor não por aqueles que nos admiram pelas nossas realizações, mas por aqueles que atribuem a sua própria inteireza ao nosso amor por eles; por aqueles que viram a sua beleza reflectida nos nossos olhos, que ouviram as suas virtudes através do calor da nossa voz.

Somos como espelhos uns para os outros. Ninguém sabe como é a sua aparência antes de ver o seu reflexo num espelho.
É absolutamente certo que ninguém reconhece a sua própria beleza ou percebe o sentido do seu próprio valor até que seja reflectido no espelho do amor e cuidado de outro ser humano.

O sentido do próprio valor é, sem dúvida, o maior presente que podemos oferecer a alguém, a maior contribuição que podemos dar a uma vida. Só podemos oferecer este presente e dar esta contribuição através do amor.
No entanto, é essencial que o nosso amor seja libertador, não possessivo. Devemos sempre dar àqueles que amamos a liberdade de serem eles mesmos. O amor reconhece o outro como uma outra pessoa. Não deve possui-lo nem manipulá-lo como uma propriedade sua.

Cabe aqui a citação de Frederick Perls: «Não vieste ao mundo para satisfazer as minhas expectativas. E eu não vim ao mundo para satisfazer as tuas. Se nos encontrarmos, tudo será belo. Se não, nada há a fazer.» - John Powell, em "O segredo do amor eterno"

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O AMOR É TUDO!

«Um pensamento paralisou-me: pela primeira vez na minha vida, vi a verdade como é cantada por tantos poetas, proclamada como a sabedoria final por tantos pensadores.
A verdade é que o amor é o objectivo derradeiro e mais alto a que o homem pode aspirar. Então compreendi o significado do maior segredo que a poesia, o pensamento e a crença humana podem desvendar: a salvação do homem faz-se através do amor e no amor.» Viktor Frankl , in "Man searching for Meaning»

"A jornada para o amor é a jornada para a plenitude da vida. Só através dele o ser humano se torna capaz de se conhecer, de amar aquilo que é e o que virá a ser, e de encontrar a plenitude da vida, que é a glória de Deus. Só no amor o homem encontrará a razão de uma celebração eterna." - John Powell, em "O Segredo do Amor Eterno"

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

APRENDER A SER AMIGO DE SI MESMO

«Se não aprendermos a ser amigos de nós mesmos, arriscamo-nos a identificarmo-nos apenas pelo que o não-amigo diz de nós, pela forma como ele nos vê.

Se não aprendermos a ser amigos de nós mesmos, tornamo-nos cúmplices do não-amigo, daquele que nos está a agredir, daquele que está a escarnecer de nós, que nos está a violar.

Se não aprendermos a ser amigos de nós mesmos, teremos apenas uma visão parcial daquilo que somos, limitada aos nossos aspectos negativos.

Tornar-se amigo de si próprio é uma tarefa psicológica, espiritual.

É um trabalho interior.

Consiste em olhar de frente o nosso lado negativo e mais obscuro. Não nos envergonharmos dele, mas reconciliarmo-nos com ele.

Um homem mede-se pela sua profundidade. E a profundidade de uma pessoa alimenta-se, absorve linfa vital a partir dos seus aspectos mais desconhecidos, mais escondidos, onde dificilmente se consegue chegar.
Por outro lado, são esses mesmos aspectos que tornam forte, vital e corajoso o ser humano. Precisamente porque existem em cada pessoa, incitam-nos a ir à sua procura para lhes podermos dar um novo significado, para os convertermos.

Ser amigo de si próprio significa tentar conhecer com doçura e com ternura aqueles aspectos de nós que os outros, os não-amigos, agridem e, através dos quais, tentam debilitar-nos.

Sermos amigos significa, pois, completar uma viagem interior, em busca da totalidade da nossa pessoa, isto é, em busca de nós mesmos, o que também passa pela aceitação dos nossos pontos mais fracos e negativos, aqueles que os outros tanto se esforçam por pôr em destaque.»

Valerio Albisetti, em "Ser Amigo ou ter Amigos?"

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A NÃO-AMIZADE

»Há homens que não assassinam fisicamente, mas são muito mais perversos que aqueles que o fazem, porque emporcalham e aniquilam a alma dos seus semelhantes.

Não há maior dor para um ser humano que sentir, ainda em vida, que o seu espírito está a ser destruído, aniquilado.

Podemos enfrentar dificuldades, habituarmo-nos a trabalhos duros, contentarmo-nos em viver modestamente, mas sentimo-nos mortos interiormente quando somos vítimas da maldade e da inimizade de alguém.

A perversidade instala-se no homem, nas relações entre os seres humanos, não nas coisas. A não-amizade utiliza a relação interpessoal, o relacionamento amigável, precisamente para aviltar, maltratar, depreciar, intimidar, dominar e escarnecer dos outros.

Pois a não-amizade não aceita a complexidade, a plenitude, a totalidade do ser humano. Conhece-as bem, mas finge ignorá-las precisamente para poder agredir o outro, para o fazer sofrer, realçando apenas o lado mais fraco, que ataca ostensivamente.
Porque a não-amizade vê o outro de um modo parcial, limitado: redu-lo, simplifica-o, empobrece-o. Identifica-o somente, usando os seus aspectos mais frágeis, mais negativos...

O não-amigo procura as nossas feridas para aumentá-las ainda mais.

A pessoa que é incapaz de experimentar a verdadeira amizade sente-se grande ao fazer que os outros se sintam pequenos.

Humilhar o outro é o acto mais perverso que um ser humano pode levar a cabo. É a expressão mais terrível da não-amizade.
Quando se humilha alguém, está-se a exprimir, em relação ao outro, aquela nossa faceta que queremos renegar.

Quem humilha, procura destruir, no outro, exactamente aqueles aspectos que também se encontram em si mesmo...» Valerio Albisetti, em "Ser Amigo ou ter Amigos?"

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Existe para cada um de nós uma determinada hora em que o conhecimento inconsolável nos invade a alma e a despedaça.
É à luz dessa hora, já chegada ou não, que todos nós nos deveríamos falar, amar, e se possível, rir juntos...

Perante a morte, estaremos como na altura do nosso nascimento, radicalmente privados de qualquer poder.
É a esta nossa fraqueza que, para todo o sempre, o amor se deveria dirigir."

Christian Bobin, em "Ressuscitar"

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ÉS AMADO E QUERIDO


«Nenhuma terapia psicológica pode devolver-me o afecto que os meus pais não me deram, pode oferecer-me a atenção dos outros; mas, a partir do momento em que compreendi que tive desde sempre um Pai divino, que é Deus, de Quem provenho, que nasci por um acto de amor desse mesmo Pai, que Ele me escolheu de antemão para realizar esta viagem terrena chamada vida, e para depois regressar a Ele, a falta de afecto da minha mãe, o sofrimento psíquico, a maldade do mundo, por muito dolorosos e terríveis que sejam, alcançaram novo significado, perderam importância, entraram numa nova perspectiva.

Cada vez estou mais convencido - por isso escrevo este livro - que tenho sido e sou continuamente, intimamente, misteriosamente amado e querido.
Estou cada vez mais convencido, depois de ter passado por muitas provas difíceis e dolorosas, que sou constantemente olhado com uma ternura infinita, que sou continuamente guiado.

Onde quer que eu esteja, Ele está comigo.

E o mesmo se aplica a vós, que me ledes.

Quando comecei a recordar que era amado e querido por Deus para vir a esta terra, que estou cá para realizar a minha viagem, as minhas interrogações iniciais, os meus «porquê?», passaram a ser: «Que quererá Deus dizer-me? Que quererá Ele dar-me a entender? Em que ponto da minha viagem me encontro? Que quer Ele ensinar-me, de facto?»
Agora estou muito mais crescido, muito mais livre, muito mais capaz de amar.»

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

VIVER OU SOBREVIVER?


«Viver significa nunca dominar outro ser humano.

A pessoa que sobrevive, pelo contrário, tem necessidade do outro, serve-se do outro.

A pessoa que vive serve o outro.

A pessoa que sobrevive procura controlar o outro, possui-o, deseja-o para si.

A pessoa que vive torna o outro livre, entrega-o às suas responsabilidades, à sua viagem, deseja que ele pertença ao universo.

A pessoa que sobrevive, na realidade, não tem confiança nos outros, na humanidade.

A pessoa que vive confia na humanidade.

A pessoa que sobrevive, de um modo geral, tem êxito nesta sociedade e é bem aceite, mas, no fundo, nunca está serena, nem feliz, nem plenamente realizada.

A pessoa que vive é, por definição, serena, feliz, plenamente realizada.

Quem sobrevive procura sempre fora de si a própria realização, a compensação para as próprias necessidades psicológicas, para as próprias lacunas, para os próprios defeitos, para a própria neurose, para a própria ansiedade.

No fundo, quem sobrevive, ilude-se, pensando viver.

Sobreviver significa ter medo de viver
(Valerio Albisetti, em "Viagem da Vida")

sábado, 8 de novembro de 2008

O Deus Humilde


"Ouvi contar esta história.
Uma criança com toda a naturalidade, voltou-se para Deus e perguntou-lhe:
"E tu, o que é que queres ser quando fores grande?"
"Pequeno", respondeu-lhe Deus, também com toda a naturalidade.
Os homens querem ser grandes, mas a grandeza de Deus está em tornar-se pequeno, em dar a vida, em desaparecer pelo bem do outro."
(Vasco Pinto de Magalhães, s.j. in "Não há soluções, há caminhos")

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

REGRESSA!

«Deus não exige um coração puro antes de nos abraçar.
Mesmo que regressemos apenas porque o seguimento dos nossos desejos não nos trouxe felicidade, Deus aceita-nos na mesma.

Mesmo que regressemos porque ser cristão nos proporciona mais paz do que ser pagão, Deus receber-nos-á.

Mesmo que regressemos porque os nossos pecados não nos deram tanta satisfação como esperávamos, Deus recebe-nos de novo.

Mesmo que regressemos por termos descoberto que não somos capazes de caminhar sozinhos, Deus receber-nos-á.

O amor de Deus não pretende saber porque regressamos.

Deus fica contente por nos ver voltar para casa e apressa-se a dar-nos tudo o que queremos, simplesmente por estarmos em casa.

Porquê protelar?

Deus mantém-se de braços abertos à espera de me abraçar.

Ele não fará perguntas sobre o meu passado.

O que Ele deseja é o meu regresso.»

(Henri Nouwen, em "A Caminho de Daybreak)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

USAR AS COISAS

"Haverá outro meio de uma pessoa tirar satisfação de outra que não o amor ou a dádiva?

Não confundas o amor com o delírio da posse.
Contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer.
O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse, sim, faz sofrer.

Haverá outro meio de uma pessoa tirar satisfação de outra que não o amor ou a dádiva?

Talvez devêssemos lavrar e semear o coração com esta lei, tão certa como a da gravidade:
Aprender
a usar as coisas
e a amar as pessoas;
não a amar as coisas
e a usar as pessoas."

(Henrique Manuel, em "Mas Há Sinais...")

domingo, 2 de novembro de 2008

ESTE TAMBÉM SOU EU!


"Há anos que B. lê livros religiosos; passa noites inteiras debruçado sobre algumas frases cuja delicadeza admira, como um lapidador de diamantes, que inclinado sobre uma pedra com uma água particularmente pura, medita, sublinha, copia, em busca da verdade, sempre em vão, pois há muito que a encontrou. Falta-lhe apenas tirá-la dos livros onde definha para a fazer entrar no coração, único local onde poderia viver.
(Christian Bobin, em "Ressuscitar")