"Há anos que B. lê livros religiosos; passa noites inteiras debruçado sobre algumas frases cuja delicadeza admira, como um lapidador de diamantes, que inclinado sobre uma pedra com uma água particularmente pura, medita, sublinha, copia, em busca da verdade, sempre em vão, pois há muito que a encontrou. Falta-lhe apenas tirá-la dos livros onde definha para a fazer entrar no coração, único local onde poderia viver.
(Christian Bobin, em "Ressuscitar")
1 comentário:
Olá Paulo,
Eu também era assim, depois passei a ser o contrário.
Não tiro o "diamante" dos livros para pô-lo no coração. Ponho o "diamente" que sempre existiu no meu coração nos livros, e assim os leio.
Eu sou mais valioso que um livro, o livro é como um sinal de trânsito, mas nunca o próprio trânsito, se não, viveremos na ilusão que somos menos do que pensamos ser, e que os outros são melhores que nós.
Atenção, muita atenção.
Luís Carlos
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