Se a nossa fé
não nos fizer acreditar que o dia de hoje pode ser melhor do que o de ontem;
se não nos arrancar da mesquinhez egoísta que nos esmaga de solidão e morte;
se não nos puxar os braços para os outros, na gratuidade natural de quem respira;
se não fizer com que a poesia desça ao nosso peito e as crianças e velhos bebam luz dos nossos olhos;
se formos secos de ternura e apenas e só prudentes como as serpentes;
se não passarmos de atarefados medricas a fugir, dias fora, da própria sombra;
se faz tremer a verdade e não rói os alicerces à mentira;
se não estrangula o desespero e incendeia a alegria;
se não nos fizer pôr na vida a beleza das palavras que engendramos,
então não é fé, pelo menos não é cristã.
Agarra-nos pelos ombros e diz-nos outra vez: «se a tua fé fosse sequer do tamanho de um grão de mostarda, dirias a esta montanha: vai daqui para ali, e ela iria e nada te seria impossível.» (Henrique Manuel, em "Mas Há Sinais...")
1 comentário:
Olá Paulo,
A fé começa pela fé em nós mesmos, senão começar por aí, é apenas uma fezada, é apenas uma aposta nas coisas externas a nós e elas nunca irão satisfazer-nos.
A fé é iluminação, então é nosso desejo sermos iluminados. Jesus foi Iluminado, e por isso lançou aquele repto aos apóstolos, para que eles percebessem que ele não estava a brincar.
Até já,
Luís Carlos
Enviar um comentário