quarta-feira, 7 de julho de 2010

CAPACIDADE DE AMAR

«Certa vez, Frei Egídio (um dos companheiros mais queridos de S. Francisco), homem muito simples e piedoso, falou assim ao Ministro General, Frei Boaventura (+ 1274), um dos maiores teólogos da Igreja.

- Meu Pai, Deus deu-lhe muitos dotes. Eu, pessoalmente, não recebi grandes talentos. O que devemos nós, ignorantes e tolos, fazer para sermos salvos?

O douto e santo Frei Boaventura elucidou-o dizendo:

- Se Deus não desse ao homem nenhuma outra capacidade senão a de amar, isto lhe bastaria para se salvar.

- Quer dizer que um ignorante, pode amar a Deus tanto como um sábio?, perguntou Frei Egídio, tentando entender.

- Mesmo uma velhinha muito ignorante, disse-lhe com ternura o grande teólogo, pode amar mais a Deus do que um professor de Teologia.


Dando pulos de alegria, Frei Egídio correu para a sacada do convento e começou a gritar:

- Ó velhinha ignorante e rude, tu que amas a Deus Nosso Senhor, podes amá-l`O mais do que o grande teólogo Frei Boaventura.


E, comovido, ficou ali, imóvel, durante três horas.»

(Pe. Neylor J. Tonin, em "Histórias de Sabedoria")

1 comentário:

ismael disse...

Caridade

Amas com todo o fervor do coraçâo,
Buscas em ti a fonte luminosa,
Qual estrela límpida, esplendorosa,
Nas profundezas do teu ser, a vibração.

Que há de espargir sobre os desgraçados,
Qual beijo de mãe estremecida,
Acariciando o filho eternecida,
Amando as criaturas deserdadas.

Afaga a criança sofredora,
Ampara o velho solitario e triste,
Foge da ilusão tentadora.

Perdoa, ajuda, abençoa, cura,
Não esqueces a visão que vistes,
Do meigo Jesus de alma pura.