terça-feira, 27 de julho de 2010

Ó MEU MESTRE!



Não sei como cantas, ó mestre!
Escuto sempre em silencioso deslumbramento.
A luz da tua música ilumina o mundo.
O sopro de vida da tua música voa de céu em céu.
A torrente santa da tua música rompe qualquer obstáculo de pedra - e jorra.
O meu coração anseia por juntar-se ao teu cântico, mas em vão se esforça por ter voz.
Eu poderia falar, mas a linguagem não se transforma em cântico, e, confundindo, choro em voz alta.
Ah! Tu fizeste o meu coração prisioneiro nas malhas sem fim da tua música, ó meu mestre!

Vida da minha vida, eu tratarei de trazer sempre puro o meu corpo, sabendo que o teu tato pousa sobre todos os meus membros.
Eu tratarei de trazer sempre longe dos meus pensamentos qualquer falsidade, sabendo que tu é essa verdade que acende a luz da razão no meu espírito.
Eu tratarei de afastar sempre do meu coração qualquer maldade e de conservar sempre em flor o meu amor, sabendo que tens a tua morada no santuário íntimo do meu coração.
E será todo o meu empenho o de revelar-te em minhas ações, sabendo que é o teu poder que me dá a força de agir.

Rabindranath Tagore

1 comentário:

ismael disse...

Tagore é um arco iris, que embeleza o coraçao do leitor.É puro sentimento, fulgor de estrelas em ceu estrelado, canção de ninar de mãe extremosa para o filho querido.
Quando a dôr bater a porta do teu coração, leia Tagore, e torrentes de consolações irão curar a tua dôr.
Tagore é bálsamo para o coração ferido, música para a alma, ternura e bondade para o coração entristecido.