Fui buscar ao baú os meus antigos cadernos de poemas. Versos que escrevi, sobretudo ao longo da minha adolescência, e que guardo secretamente. Gosto de rele-los, são uma parte de mim. Aprendi a gostar de poesia graças a um amigo que me emprestou um livro do Fernando Pessoa, o poeta que mais me influenciou e que me inspirou na criação dos meus próprios heterónimos. Hoje, decidi resgatar um desses heterónimos e, a partir de agora, irei partilhar alguns poemas que escrevi na pele deste heterónimo(Roberto Dunas), mas não só...
Traz no olhar a alegria que sente
No sorriso o auge da primavera
Quando a vê meu coração pressente
Todos os mistérios que encerra.
Transporto-a para um sonho
Onde ela é minha sem o ser.
Caminho feliz e risonho,
Porque ela é minha sem o saber.
Mesmo no meu sonho de luz e esplendor
Nunca a desejei, nunca a beijei...
Não sei se é isto o amor,
Nem sei se alguma vez amei.
Toda a minha vida sonhei, sonhei...
Dos sonhos a minha realidade fiz.
Se me dizem que nunca amei,
Digo-lhes que fui feliz...sou feliz!
Roberto Dunas
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