Eu mendigava de porta em porta,
pelo caminho da aldeia,
quando um carro de ouro surgiu à distância
e parecia um sonho esplêndido.
Perguntei a mim mesmo quem seria esse Rei de todos os reis.
Minhas esperanças subiram ao céu.
Eu pensava: terminaram os meus dias nefastos.
E tive esperança de esmolas espontâneas e de riquezas soltas na areia.
O carro parou onde eu estava.
Ele me olhou e disse sorrindo.
Eu senti que afinal chegara o dia da minha felicidade.
E de repente estendeu-me a mão direita, perguntando:
"Que tens para mim?"
Ah, teu gesto real de estender a mão direita a um mendigo!
Confuso, perplexo, meti a mão na sacola
e, devagar, retirei um pequeno grão de trigo, que lhe ofereci.
Mas, à tardinha, foi enorme a minha surpresa.
Esvaziando a minha sacola,
vi um grão de ouro entre os de trigo.
Chorei lágrimas amargas e lamentando-me dizia:
"Por que não lhe dei tudo?"
Rabindranath Tagore
1 comentário:
Olá Paulo, meu bom amigo
Sempre, sempre, a oferecer-nos aqui coisas preciosas...
Tão belo, tão profundo este texto!
Quanto podemos aprender com ele...
Quanto precisamos de aprender com ele.
Damos tão pouco, não é?
E por isso recebemos pouco tambem.
Lembremos as palavras do noso Mestre e Senhor Jesus Cristo:
"Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós."
Lucas 6:38
Tenha uma linda segunda-feira
um abraço
viviana
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