domingo, 15 de junho de 2008

Tenho medo...

«Tenho medo
Dessa misteriosa força da compaixão.
Não creio nela
porque isso implica que me encontre a mim mesmo,
que não represente mais
uma peça,
uma personagem,
de máscara,
para fingir,
mas que me torne eu próprio,
aceitando a minha própria pobreza,
deixando respirar,
viver,
crescer
o Espírito em mim,
abrindo o meu ser
sem medo,
quando a Sua mão delicada me toca
e me abre…

Tenho necessidade de sentir
que sou,
que sou único,
capaz de amar e de viver,
e não apenas um ser anónimo,
perdido na multidão,
que vê a vida ao longe,
mas uma pessoa viva.

Não devo continuar numa espécie de
não-vida,
fechado,
desesperado,
porque isso é uma antecipação da morte.

O amor é o maior de todos os riscos…
é o dom de si mesmo.
Terei eu a ousadia de correr tal risco…
e mergulhar
nas águas límpidas,
nas águas impetuosas,
nas águas vivas do amor,
raízes indestrutíveis?

Amor:
mais que um momento que passa,
mais que um olhar rasgado de um instante;
uma compaixão profunda, inalterável,
sem curiosidade mórbida,
sem piedade esmagadora, sem ingenuidade ineficaz.»



(Jean Vanier, em "Novas perspectivas do amor)

3 comentários:

Viviana disse...

Olá Paulo,

Lindo e rico poema.

Desejo-lhe uma óptima semana chreisa das mais ricas bençãos de Deus

Um abraço
Viviana

Alice disse...

Linbo , belo e verdadeiro, muito mais que um poema, uma expressão da alma.

bjus pra vc

Barbara Sancho disse...

uuuuuuuuh

Amor:
mais que um momento que passa,
mais que um olhar rasgado de um instante;
uma compaixão profunda, inalterável,
sem curiosidade mórbida,
sem piedade esmagadora, sem ingenuidade ineficaz.»