segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

UM AMOR ETERNO

«Amava-te. Amo-te. Amar-te-ei. 
Não basta uma carne para nascer. 
É também precisa esta fala. 
Ela vem de longe. 
Vem do azul longínquo dos céus, entranha-se no vivo, 
escorre sobre as carnes do vivo como uma água subterrânea de amor puro. 


Não é necessário conhecer a Bíblia para a ouvir. 
Não é necessário acreditar em Deus para ser vivificado pelo seu sopro. 
Esta fala impregna cada página da Bíblia,
mas impregna também as folhas das árvores,
o pêlo dos bichos e cada grão de poeira voando no ar. 
O âmago da matéria, o seu último núcleo, o seu derradeiro confim,
não é a matéria, mas esta fala. 
Amo-te. 
Amo-te de um amor eterno, eternamente voltado para ti - poeira, bicho, homem.» 


C. Bobin 

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