quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Inferno

«O inferno é o endurecimento de uma pessoa no mal. É portanto um estado do homem e não um lugar para o qual o pecador é lançado onde há fogo, diabinhos com enormes garfos a assar os condenados sobre grelhas. Tais imagens são de mau gosto e de morbidez religiosa. Inferno é um estado do homem, que se identificou com sua situação egoísta, que se petrificou em sua decisão de só pensar em si e em suas coisas e não nos outros e em Deus. É alguém que disse um não tão decisivo que não quer e não pode mais dizer um sim.» - Leonardo Boff

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O amor egoísta

«O amor egoísta raramente respeita o direito do amado a ser uma pessoa autónoma. Longe de respeitar o verdadeiro ser do outro e permitir à sua personalidade que cresça e se expanda conforme a sua original expressão, esse amor procura guardá-lo em sujeição. Insiste em que ele se conforme a nós e ainda se esforça de todos os modos para o conseguir.
Um amor interesseiro definha e morre se não é alimentado pela atenção do amado. Quando amamos assim, os nossos amigos só existem para que os possamos amar. Amando-os, o que procuramos é domesticá-los e guardá-los como coisas nossas. A esse amor, o que mais amedronta é a emancipação do amado. Ele exige-lhe a sujeição, indispensável à sua existência.»- Thomas Merton, em "Homem algum é uma ilha"

domingo, 25 de novembro de 2007

Fico sempre desconfiado

"Fico sempre desconfiado de livros e artigos que nos dizem 'Mude uma só coisa na sua vida e a felicidade será sua', seja nos hábitos alimentares, seja no trabalho, ou na maneira de nos relacionarmos com nossos maridos ou mulheres. A vida é muito complicada para que a mudança de uma variável faça tanta diferença. Mas, quanto mais eu, como religioso lido com os problemas das pessoas, e quanto mais eu, como marido, filho, pai, irmão e amigo, aprendo a olhar para a minha própria vida honestamente, mais convencido fico de que uma explicação para muito desses sofrimentos poderia estar nesta noção errónea: temos que ser perfeitos para sermos amados pelas pessoas e perdemos esse amor se, alguma vez ficarmos aquém da perfeição. Há poucas emoções mais capazes de nos deixar mal em relação a nós mesmos do que a convicção de que não merecemos ser amados. E poucas coisas são mais decisivas para gerar essa convicção do que a idéia de que toda vez que fazemos algo de errado damos a Deus, e às pessoas mais achegadas a nós, razões para não nos amarem". (Harold Kushner, em "O quanto é preciso ser bom?").

sábado, 24 de novembro de 2007

Para reflectir...

Inpiração e Persistência


«O anjo inspirador só concede sua graça quando o bater de suas asas encontra o suor da face, e a inspiração provém da persistência e do detalhe. A bênção dos céus paira sobre os que perseveram.» - (Amós Oz)


Não te irrites


«Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e subtil recreio...» (Mário Quintana)


A quem devemos temer


«Nunca devemos ter medo de ladrões ou assassinos. São perigos externos e os menores que existem. Temamos a nós mesmos.Os preconceitos é que são os ladrões; os vícios é que são os assassinos. Os grandes perigos estão dentro de nós. Que importância tem aquele que ameaça a nossa vida ou a nossa fortuna? Preocupemo-nos com o que põe em perigo a nossa alma. (Victor Hugo em "Os Miseráveis").


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A Inveja começa nos olhos



«A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!» - Mateus 6; 22, 23

"Inveja é precisamente isto: uma doença dos olhos, uma perturbação dos seus movimentos (do latim invidere), que faz com que eles contemplem as coisas boas que o outro tem e que, ao voltar de sua viagem pela abundância do outro; destruam com desprezo todas as boas coisas que lhes são dadas. E eles ficam incapazes de ver com prazer aquilo que possuem." (Rubem Alves - Um mundo num grão de areia - Verus Editora)

A Inveja e o Progresso

"Os especialistas sabem que, se não tivermos inveja, se encontrarmos felicidade nas coisas que possuímos, seremos mais felizes e, por isso, trabalharemos menos e compraremos menos. O que é mau para o progresso. Por isso, é preciso que os nossos olhos fiquem doentes, que eles dancem a dança terrível que vai do que o outro tem e àquilo que temos. É preciso que sejamos infelizes. Quem tem inveja trabalha mais". (Rubem Alves - Um mundo num grão de areia - Verus Editora).




domingo, 18 de novembro de 2007

Canções da minha vida III


Esta é provavelmente uma das melhores canções pop jamais escritas por uma das melhores bandas de sempre. É um clássico. Para mim, é uma música que acompanhou muitos momentos críticos e sofridos da minha adolescência. Hoje tem, obviamente, um significado diferente do que tinha há 10-15 anos atrás. Continua a ser uma canção melancólica e que me causa alguma nostalgia; mas, agora eu sinto que ela também transmite esperança e que há luminosidade na melodia e nas palavras.

Ainda há pouco estive a ouvi-la e confesso que me arrepiei e comovi profundamente... A voz de Morrissey é única, especial... a melodia é soberba... a letra aviva-me na memória muitas recordações de um tempo de solidão, descobertas, buscas, poesia, paixões de adolescente, tardes de melancolia... Esta é daquelas músicas que ficam para sempre gravadas no coração, e em cujas palavras descobrimos novos caminhos e significados.

Há uma luz que nunca se apaga... que nos guia e nos conduz à nossa verdadeira casa onde nos sentimos verdadeiramente amados... onde nos encontramos com o que somos destinados a ser.
The Smiths - "There is a light that never goes out"



Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see life
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home, it's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure, the privilege is mine

Take me out tonight
Take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought Oh God, my chance has come at last
But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask

Take me out tonight
Oh take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
No, I haven't got one

And if a double-decker bus
Crashes in to us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure, the privilege is mine

There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Deus entre as pessoas

«Quando perguntavam a Martin Buber - o grande filósofo e teólogo judeu - "Onde Deus está?", ele foi suficientemente esperto para não dar a resposta estereotipada: Deus está em toda parte, Deus é encontrado nas igrejas e sinagogas.
Buber respondia que Deus está nos relacionamentos. Deus não é encontrado nas pessoas, mas entre as pessoas. Quando duas pessoas estão verdadeiramente em sintonia uma com a outra, Deus se aproxima e preenche o espaço entre elas para que fiquem unidas. Tanto o amor quanto a verdadeira amizade são mais do que apenas uma forma de saber que somos importantes para alguém. Eles são uma maneira de levar Deus para um mundo que, de outro modo, seria um vale de egoísmo e solidão.» -Harold Kushner

Fonte:Ricardo Gondim

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Uma religião que não vale a pena

Ora aqui está uma visão realista, inteligente e pertinente sobre a religião; mais concretamente, sobre a falsa religião que, infelizmente, continua a conquistar muitos adeptos.


É uma religião que, uma vez aceite, não torna ninguém melhor do que era.
É uma religião que permite distanciar-se da virtude, dando uma falsa segurança que os eleitos estarão seguros em seu pecado.
É uma religião que gera um clima de culpa, nunca plenamente expiada.
É uma religião que elege pessoas humanas para serem seus representantes diante da Divindade; fora eles, ninguém mais tem acesso a Deus.
É uma religião que valoriza a técnica de como obter o favor de Deus mais que a gratuidade do seu amor.
É uma religião que reforça o egocentrismo e não a busca da justiça.
É uma religião que se pratica ocasionalmente; não é uma filosofia de vida.

domingo, 11 de novembro de 2007

Procuram-se amigos

Encontrei este texto no blog Metanoia e decidi postá-lo quase na íntegra. Creio que o autor partilha alguns bons conceitos de amizade com os quais me identifico.

Mesmo com tantas decepções insisto em garimpar bons amigos.
Quero ser amigo de quem valorize a lealdade.
Mesmo depois que a ditadura militar libertou o meu pai,
o estigma de “subversivo” grudou-se nele.
Um dia papai contou-me, com lágrimas nos olhos,
que os seus antigos colegas da Aeronáutica
desciam a calçada para não se verem obrigados a cumprimentarem-no publicamente.
Ainda guardo esse trauma e, sinceramente, não consigo lidar com amizades que só se mantêm por causa de conveniências, qualquer uma.
Quero acreditar em amizades que não se intimidam com censuras,
que não retrocedem diante do perigo
e que não abandonam na hora do apedrejamento.
Amigos não desertam.
Quero ser amigo de quem não precise me proteger
e que não tenha medo de mim.
Não creio em companheirismos repletos de suspeitas.
Os grandes amigos são vulneráveis.
Conversam sem se policiar, rasgam a alma
e sabem que os seus segredos jamais serão lançados em rosto ou expostos publicamente.
Quero ser amigo de quem não se melindra facilmente.
Por mais que tente, continuo tosco;
magoo com os meus silêncios, com minha introspecção e,
muitas vezes, com meus comentários ácidos e impensados.
Portanto, preciso de amigos que tolerem as minhas heresias, minhas hesitações e meus pecados. Busco amizades que aguentem o baque das minhas inadequações; que sejam teimosos.
Quero ser amigo e não um mero cúmplice de vocação.
Já preguei em algumas igrejas que, depois que o pastor me deixou na calçada do aeroporto,
nunca mais tive notícias dele ou da sua igreja.
Não vou mais colocar o meu nome em conferências e congressos que me dêem prestígio
ou em que eu só sirva para reforçar a programação.
Quero ser amigo de quem não se contenta em re-encaminhar mensagens re-encaminhadas de power-point.
Também não gosto de cartões de aniversário com frases prontas e óbvias.
Acredito que os verdadeiros amigos têm o que repartir
e que sentem necessidade de expressar os seus sentimentos, as suas dúvidas
e principalmente os seus medos e desesperos.
Amizades superficiais são mais danosas para o espírito do que inimizades explícitas.
Quero ser amigo de quem não é muito certinho.
Não tolero conviver com quem nunca tropeça nos próprios cadarços(significa: atacadores dos sapatos).
Vez por outra, gosto de relaxar, rir do passado, sonhar maluquices para o futuro e conversar trivialidades.
Quero amigos que se deliciem em ouvir uma mesma música duas vezes para perceber a riqueza da letra;
de comentar o filme que acabaram de assistir e o último livro que leram.
Como é bom chorar com poesia!
Quero terminar os meus dias e poder dizer que,
mesmo descrendo das ideologias, dos sistemas económicos e das instituições religiosas,
cri em verdadeiras amizades porque tive bons amigos.
Até porque Deus não só ama, como também nos chamou de amigos.

Ricardo Gondim

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O modo como tratamos os outros

«Numa tribo na Nova Guiné, está entendido que as crianças que nascem à terça-feira são inteligentes, solares e vencedoras e, as que nascem à sexta, são estúpidas, falhadas e vencidas. O pior, é que isso acaba por acontecer porque o tratamento que os outros lhes dão é que faz delas escravas ou vencedoras.»

Extraido de "O Riso de Deus" de António Alçada Baptista

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sobre o casamento


«O compromisso conjugal não é um atalho para o prazer indolor, mas um passo na direcção da coragem para o autoconhecimento, da transformação e do crescimento pessoal, no intercâmbio de forças e fraquezas, em que um faz o outro melhor, muitas vezes às custas de atrito e faísca, pois somente o ferro com ferro se afia.
Costumo dizer que durante a vida de solteiro nos estragamos, e o casamento é a principal resposta terapêutica de Deus. Quem não quer crescer, vencer limites emocionais, reescrever a sua história, exorcizar os seus demónios, fica solteiro e pula de paixão em paixão, em relações que são eternas enquanto duram. Isso sem falar na saúde das futuras gerações e no equilíbrio sistémico possível apenas a uma sociedade que saiba valorizar a família». - Ed Rene Kivitz, em "Outra Espiritualidade"

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Os meus livros II


O Riso de Deus, de António Alçada Baptista

Descrição da editora:"Ao acompanhar a vida de Francisco, o personagem central deste romance, ao longo das suas escolhas, da sua procura - ele que deliberadamente escolheu a via do sonho possível, da busca dos valores mais essenciais -, ao acompanhá-lo ao longo das sua deambulações pelo mundo, pela história, ao sabor dos acasos e encontros, e, muito especialmente, da intimidade de algumas mulheres cúmplices da mesma procura... "

Este é um dos livros que mais me tocou o coração e influenciou a construção da minha personalidade e lapidação da minha sensibilidade; que me ajudou a ver a vida com os olhos do amor, do afecto, da graça, da amizade sincera, profunda, verdadeira.

Faz alguns anos que o li pela primeira vez. Entretanto, já o reli vezes sem conta. Hoje, ao rele-lo, verifico que tenho uma compreensão e uma leitura diferentes de muitas das suas passagens. Creio que hoje compreendo com mais profundidade e intensidade essas passagens, porque vivi experiências, aprendi lições, li e reflecti sobre coisas que me abriram e alargaram a mente e aprofundaram a sensibilidade.
Para mim, hoje, essas passagens têm um significado que não tinham outrora; e o livro tornou-se ao longo dos anos uma chave para o apaziguamento de muitos fantasmas e inquietações, assim como para a compreensão de muitas coisas que se passam dentro e fora de mim. Alguém disse: «Não há no mundo livros que se devam ler, mas somente livros que uma pessoa deve ler em certo momento, em certo lugar, dentro de certas circunstâncias e num certo período da sua vida».
Hoje, sinto mais afinidade e correspondência com o mundo interior do autor. Tenho outra sensibilidade e maturidade. Creio que «...o proveito dos livros depende da sensibilidade do leitor; a ideia ou paixão mais profunda dorme como numa mina enquanto não é descoberta por uma mente e um coração afins
O Riso de Deus é um livro que fala a linguagem do amor, dos afectos. Um livro que nos conduz à descoberta de nós mesmos, do mundo que nos rodeia, do que nos une aos outros e do que dá verdadeiro sentido e signficado ás nossas vidas. Não é um livro com respostas prontas, mas repleto de questões que se nos colocam e fazem reflectir, procurar, duvidar, partir à descoberta.

Partilho convosco alguns trechos significativos:

"Acho que a grande criatividade é aquela que soubermos pôr nos nossos actos: fazer da nossa vida uma obra de arte: pôr na nossa vida a nossa individualidade mais identificada e com um verdadeiro sentido estético na relação com os outros e com o mundo, é a nossa grande criação."

"Amar é uma atitude de compreender e aceitar: é reconhecer os outros e respeitar a sua liberdade."

"Possivelmente, o amor continua a chamar-nos do centro do labirinto e nós anadamos ás voltas sem sermos capazes de o encontrar(...) e talvez seja necessário despojarmo-nos de muitas coisas e tornar a vestir as vestes da inocência para que o amor nos possa ser revelado."

"A letra de Deus nem sempre é decifrável e ninguém conhece a língua em que escreveu a alma humana.Tudo me leva a crer que as marcações que nos deram para o desempenho da vida passam ao lado do caminho por onde os nossos afectos poderiam fluir conforme o que está inscrito no mapa oculto do ser humano(...) Algumas vezes, até parece que a simplicidade emana do andamento da vida e que bastaria um pequeno gesto de espírito para passarmos para o lado de lá de tantas incomodidades que nos fazem viver como se tivéssemos calçado dois números abaixo da forma da alma."

"Procurei analisar o que são as minhas angústias. Creio que são assim uma espécie de reacção a uma forma incómoda que impede o meu desenvolvimento. Como se eu, periodicamente, tivesse que fazer um esforço para alargar o meu espaço, como se o estado do meu projecto interior não fosse cabendo no módulo que estou a usar. Depois de cada depressão sinto que qualquer coisa em mim ficou mais livre. É como se eu estivesse preso com várias cadeias e, depois de atravessar o túnel da depressão, conseguisse libertar-me de uma. Pergunto-me se cada homem não estará aprisionado pelos modelos de comportamento que herdou e se isso não atingirá a própria respiração da sua alma(...) As minhas depressões talvez sejam as minhas metamorfoses: é a maneira que eu tenho de passar de lagarta a crisálida. São etapas de libertação."

domingo, 4 de novembro de 2007

Quero


Proposta de Jorge Bucay sobre as relações interpessoais que foi publicada originalmente no prólogo do livro "Cartas para Claudia".

Quero que me oiças sem me julgares
Quero que me dês a tua opinião sem me aconselhares
Quero que confies em mim sem me exigires
Quero que me ajudes sem tentares decidir por mim
Quero que cuides de mim sem me anulares
Quero que olhes para mim sem projectares as tuas coisas em mim
Quero que me abraçes sem me asfixiares
Quero que me animes sem me empurrares
Quero que me apoies sem te encarregares de mim
Quero que me protejas sem mentiras
Quero que te aproximes sem me invadires
Quero que conheças as coisas que mais te desagradem em mim
Que as aceites e não pretendas mudá-las
Quero que saibas... que hoje podes contar comigo...
Sem condições.


Jorge Bucay, em "Contos para pensar"

sábado, 3 de novembro de 2007

Espiritualidade


«A espiritualidade está relacionada com aquelas qualidades do espírito humano, tais como amor e compaixão, paciência e tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia, que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros(...) Há dentro de nós uma chama sagrada coberta pelas cinzas do consumismo, da busca desenfreada de bens materiais, da compra, do negócio e do interesse. As cinzas de uma vida distraída das coisas essenciais. É preciso remover tais cinzas e despertar a chama sagrada. E então irradiaremos. Seremos como o Sol.»

Leonardo Boff

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O mestre e o escorpião


Um mestre do Oriente passeava junto ao rio, quando viu que um escorpião se estava a afogar e decidiu tirá-lo da água; mas quando o fez, o escorpião picou-o. Numa reacção instintiva à dor provocada pela picada, o mestre largou o animal que voltou a cair à agua e rapidamente se estava a afogar. O mestre tentou novamente salvá-lo, mas voltou a ser picado.

Alguém que estava a observar a cena aproximou-se do mestre e disse-lhe:"Desculpe-me, mas o senhor é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?"

O mestre respondeu: "A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar”. Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou a sua vida.
Autor desconhecido