sábado, 30 de junho de 2007

Como mudar o mundo


Eis o que conta, de si mesmo.
O sufi Bayazid: «Na juventude,
eu era um revolucionário e rezava assim:
Dai-me energia, ó Deus, para mudar o mundo!».

Mas notei, ao chegar à meia-idade,
que metade da vida já passara
sem que eu tivesse mudado homem algum.
Então, mudei a minha oração, dizendo a Deus:
«Dai-me a graça, Senhor, de transformar
os que vivem comigo, dia a dia,
como sejam a família e os amigos;
e com isto eu já fico satisfeito...».

Agora que sou velho e com os dias contados,
percebo bem quanto fui tolo ao rezar assim.
A minha oração, agora, é apenas esta:
«Dai-me a graça, Senhor,
de me mudar a mim mesmo.
Se eu tivesse rezado assim, desde o princípio,
não teria esbanjado a minha vida».

O canto do pássaro, Anthony de Mello

quinta-feira, 28 de junho de 2007

As 7 Maravilhas da Blogosfera


Hoje, ao visitar alguns blogs da minha preferência, tomei conhecimento de uma iniciativa muito interessante, e à qual decidi aderir. A iniciativa partiu do blog O Sentido das Coisas e consiste num concurso para a eleição dos 7 melhores blogs. Cada blog/blogger deve nomear 7 blogs.


Eis o regulamento do concurso:

1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].
2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.
3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.
4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:
- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);
- Os votos no blog O Sentido das Coisas.

No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.

Aqui ficam as minhas nomeações:

O desabrochar de uma simples Flôr - http://flor-odesabrochar.blogspot.com/
Palavras de Sabedoria - http://medubi.blogs.sapo.pt/
O Senhor é a minha força - http://marlenemaravilha.blogspot.com/


A ovelha perdida


Uma ovelha encontrou um buraco na cerca
e, fugiu por ele, satisfeita por se ver,
assim, em liberdade.

Caminhou muito tempo e perdeu o caminho
de volta para casa. Só então percebeu
que um lobo faminto a seguia de perto.
A ovelhinha começou a correr e o lobo
correu também;
até que, de repente, chegaram os pastores
e salvando-a da fera, levaram-na para casa,
com muito carinho.

Mas, apesar do conselho de amigos
que viram como foi,
o pastor recusava fechar o buraco
da cerca por onde a ovelhinha fugira.


O canto do pássaro, Anthony de Mello

terça-feira, 26 de junho de 2007

Categorias coloridas


Um Padre, certo dia, perguntava a um grupo de crianças, numa turma:«Se os homens bons, no mundo, fossem brancos e fossem negras as pessoas más, cada um de vós que estão aqui, que cor teriam?».

E a pequena Maria respondeu:«Acho que eu seria às riscas...».


********************************


Certo homem procurava uma igreja para rezar e, na que encontrou, o pregador orava com o seu povo. E, diziam eles, mais ou menos assim:«Deixámos de fazer aquelas coisas que era nosso dever realizar; ao contrário, fizemos muitas coisas que jamais devíamos ter feito».Ouvindo isto, aquele homem suspirou e, com grande alívio, disse para consigo:«Encontrei, finalmente, o meu lugar».



O canto do pássaro, Anthony de Mello

Onde está a diferença?


Uma mãe com um bébé nos braços, entrou num consultório médico e, diante do médico, começou a lamentar-se:– «Doutor, o senhor precisa de me ajudar num problema muito sério. Este meu bébé ainda não completou um ano e estou grávida de novo! Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas sim num espaço grande entre um e outro».

O médico pergunta:– «Muito bem... e o que a senhora quer que eu faça?»

A mulher, já esperançosa, respondeu:– «Desejo interromper esta gravidez e quero contar com a sua ajuda.»

O médico pensou alguns minutos e disse para a mulher:– «Acho que tenho uma melhor opção para solucionar o problema e é menos perigoso para a senhora.»

A mulher sorria, certa que o médico aceitara o seu pedido, quando o ouviu dizer:

– «Veja bem, minha senhora... para não ficar com dois bébés em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está nos seus braços. Assim, o outro poderá nascer... Se o caso é matar, não há diferença para mim entre um e outro. Até porque sacrificar o que a senhora tem nos braços é mais fácil e a senhora não corre nenhum risco.»

A mulher apavorou-se:–«Que horror!!! Matar uma criança é crime!!! É infanticídio!!!».

O médico sorriu e, depois de algumas considerações, mostrou à mãe que não existe a menor diferença entre matar uma criança ainda por nascer (mas que já vive no seio materno) e uma já crescida. O crime é exactamente o mesmo.

sábado, 23 de junho de 2007

Somente amar...

Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam
as pequenas satisfações que a vida me dava,
tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte
das alegrias da vida.
Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo.
O dinheiro não era nada, o poder não era nada.
Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.
A beleza não era nada.
Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar da sua beleza.
Também a saúde não contava tanto assim.
Cada um tem a saúde que sente.
Havia doentes cheios de vontade de viver
e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.
A felicidade é amor, só isto.
Feliz é quem sabe amar.
Feliz é quem pode amar muito.
Mas amar e desejar não é a mesma coisa.
O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.
O amor não quer possuir.
O amor quer somente amar.

(Hermann Hesse)

Um dia de pobre...

«Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.» - Mateus 18, 3

«Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz...» - Mateus 6, 21-22

Certo dia, um pai de uma família muito rica levou o seu filho numa viagem pelo interior do país com o firme propósito de lhe mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres. Eles passaram um dia e uma noite na casa de uma família muito pobre. Quando regressaram da viagem, o pai perguntou:
-«Como foi a viagem?»
-«Muito boa, Pai!»
-«Meu filho, viste como as pessoas pobres vivem?»
-«Sim.»
-«E o que aprendeste?»
O filho respondeu: -«Eu vi que nós temos um cão em casa; eles têm quatro! Nós temos uma piscina que chega ao meio do jardim; eles têm um riacho que não tem fim! Nós temos uma varanda coberta e iluminada com luz; eles têm as estrelas e a lua! O nosso quintal vai até ao portão de entrada; eles têm uma floresta inteira! Quando o pequeno menino estava a acabar de responder, o pai ficou estupefacto.
E o filho acrescentou:- «Obrigado, pai, por me mostrar o quão "pobres" nós somos!»

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Post de Ouro


Diariamente, reservo um tempinho para visitar os meus blogs predilectos, assim como outros que vou descobrindo durante essas visitas, ou por intermédio de amigos. Tenho lido muitos posts interessantes, mas claro que há sempre aqueles que são especiais; que me fazem reflectir, que me comovem, encantam ou fazem rir. São pensamentos, reflexões, poemas ou pequenas histórias que me tocam o coração pela sua sensibilidade, ternura, beleza, profundidade, riqueza de sentimentos, sabedoria...

Gosto de compartilhar essas pérolas de sabedoria que vou descobrindo, com os meus amigos e conhecidos. Hoje, tive a ideia de criar uma espécie de galardão que pretendo atribuir aos melhores posts que vou lendo nas minhas deambulações pela blogsfera. Este prémio também é uma forma de agradecer ás pessoas que partilham connosco o que lhes vai na alma. Há posts que nos encantam, comovem, enriquecem e iluminam... São um ponto de luz que brilha na escuridão do mundo. E como disse Jesus:«Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos» - Mateus 5, 14-15

O primeiro post ao qual vou atribuir o galardão "Post de Ouro" é primoroso, enternecedor e recheado de ensinamentos para reflectir e reter. Provavelmente, vão julgá-lo demasiado extenso, e isso poderá desmotivar alguns para a sua leitura. Mas, eu peço-vos que se sentem calmamente, relaxem e leiam com atenção, concentração e total disponibilidade mental e espiritual.
O Post intitula-se: «Recado da Mafalda ao mundo dos Adultos», foi escrito por Rui Santiago do blog - derrotar montanhas. Cliquem no link e surpreendam-se, encantem-se:
Gostaria que todos os meus visitantes escolhessem um post de que gostem particularmente e lhe atribuissem o galardão "Post de Ouro". Obrigado!

domingo, 17 de junho de 2007

Resposta ao desafio...


Em resposta ao desafio que me foi feito pela Flôr, do blog "O desabrochar de uma simples Flôr" , http://flor-odesabrochar.blogspot.com/ , vou revelar os livros que estou a ler no momento e os que li recentemente.
Em primeiro lugar, é inevitável mencionar a Bíblia Sagrada - é o livro que me acompanha há muitos anos e cuja leitura é sempre estimulante e enriquecedora. Cada leitura, implica uma descoberta de novos significados, sentidos, e um entendimento mais claro dos propósitos de Deus.«Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.» - Hebreus 4, 12


Recentemente, li um livro fascinante, ao qual penso voltar muitas vezes: "O Regresso do Filho Pródigo" de Henri Nouwen. Tenho publicado alguns trechos no meu blog:http://www.seguirjesus.blogspot.com/. O autor descreve assim a causa que deu origem ao livro:" Um encontro aparentemente insignificante com um cartaz em que se via em pormenor de O Regresso do Filho Pródigo de Rembrant, foi para mim o início de uma longa aventura espiritual que me levaria a entender melhor a minha vocação e a cobrar novas forças para viver. Os protagonistas desta aventura são: um quadro do século XVII e o seu autor, uma parábola do séc. I e o seu autor, e um homem do séc. XX à procura do sentido da vida.


Depois de ler este livro, senti necessidade de conhecer outras obras de Henri Nouwen. Neste momento, estou a ler "A Voz Íntima do Amor" -«que foi escrito quando a angústia rondava a porta do autor. O livro é uma espécie de diário onde Henri Nouwen extravasou sentimentos. Mais tarde, ajudou-o a perceber que esse tempo de desespero era o solo fértil para a renovação da esperança. Para os incontáveis homens e mulheres que têm de percorrer a via dolorosa de relações interrompidas ou que sofrem com a perda de uma pessoa amada, este livro, sobre a voz íntima do amor, oferece novo alento.»


"Viver é ser amado" - Henri Nouwen - «Um dia, Fred, um jovem jornalista do New York Times, procurou Henri Nouwen para uma entrevista. O encontro aconteceu, mas, mais importante que a notícia de jornal, foi a amizade que nasceu entre eles. Fred gostava de escrever, mas detestava o tipo de reportagem que fazia: 750 palavras... era o espaço que lhe davam, e mais nada, houvesse ou não razão para deixar o entrevistado falar à vontade. Henri sentiu-lhe a raiva a bailar nos olhos. Simpatizou com ele e ajudou-o a dar um novo rumo à vida. Fruto da amizade de ambos, este livro é também um companheiro e um amigo, para quem o lê.»

"O canto do pássaro" - Anthony Mello. É um conjunto de pequenos contos e parábolas que nos convidam à reflexão e à meditação. Já publiquei algumas neste blog e também no http://seguirjesus.blogspot.com/ «Um pássaro não canta por ter algo a dizer. Canta porque traz a melodia na garganta. As palavras do Mestre não são para ser entendidas, são para ser ouvidas com atenção meditativa, assim como se ouve o vento nas árvores, o marulhar do riacho e o «canto do pássaro».


«A Ditadura da beleza» - Augusto Cury. Atenção mulheres: leiam este livro!
«A bela Sarah sai do seu quarto a cambalear, com os longos cabelos revoltos, os olhos, fundos, o rosto pálido e a respiração entrecortada. A modelo de 16 anos apresenta-se abruptamente aos olhos da mãe, quase irreconhecível, desfalecendo nos seus braços. Aflita, a mãe chama uma ambulância e quando os paramédicos chegam, o coração de Sarah mal se sente, de tão fracos que são os seus batimentos. Sarah choca o mundo com a sua tentativa de suicídio. Apesar de parecer ter uma vida invejável, a jovem debate-se com um problema interior: a obsessão por atingir a beleza física perfeita. Elizabeth, editora de uma conceituada revista feminina, pede ajuda ao psiquiatra Marco Polo (protagonista de A Saga de Um Pensador) e o seu diagnóstico é bem preciso: Sarah, tal como milhares de mulheres e jovens em todo o mundo, sofre da síndrome do PIB – Padrão Inatingível de Beleza. Influenciadas pelo padrão doentio de beleza imposto pelos media, estas mulheres destroem a sua auto-estima e com isso a sua saúde mental e física. É uma autêntica epidemia da ditadura da beleza. Com milhões de livros vendidos no Brasil, Augusto Cury retrata neste novo livro o quotidiano das mulheres que sofrem em silêncio as consequências de uma cruel realidade do mundo moderno: a ditadura da beleza. Através de uma narrativa simples e ao mesmo tempo aliciante, o autor ajuda-nos a compreender que a beleza está nos olhos de quem vê e que cada ser humano é único no palco da existência.»

"O Mestre do Amor" - Augusto Cury. O livro que me faltava para completar a colecção "Análise da Inteligência de Cristo". Mais um livro fascinante, maravilhoso, que nos revela aspectos ímpares da personalidade de Jesus Cristo. «Neste livro, o autor investiga o cerne da mente de Jesus Cristo, principalmente nas suas últimas horas. Ficaremos surpreendidos, assombrados e, por vezes, choraremos ao penetrar nos pensamentos e nas reacções fascinantes que teve quando o seu coração estava a parar e o seu corpo, agonizando. Era de se esperar que dessa vez Ele não brilhasse na sua inteligência, que gritasse, fosse consumido pelo medo, derrotado pela ansiedade e reagisse por instinto como qualquer miserável às portas da morte. Mas ferido, Ele foi ainda mais extraordinário. O Mestre do Amor fez poesia no caos.»

Bem, agora tenho de passar o desafio a três amigos(as). Pode ser uma forma interessante de os conhecermos um pouco melhor. Lanço o desafio a:

1. a Arte das artes(H.K. Merton) - http://artedartes.blogspot.com/
2. Deus em Tudo e Sempre(Maria João) - http://deusemtudoesempre.blogspot.com/
3. por um mundo melhor(Sonia Farmaceutica) - http://blog-mundo-melhor.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Sobre a Amizade...

«Dentro de mim soa uma melodia quando chega um amigo, e é essa melodia que me torna feliz.Quando o amigo parte, fico cheio da sua música, e essas melodias não se esgotam, porque em cada pessoa produz-se uma melodia diferente, que também nos torna felizes e enriquece nossa harmonia.Talvez haja uma melodia ou várias que me agradem de maneira particular, mas não me apego a elas: de facto são agradáveis, quer estejam ou não comigo, pois não tenho a enfermidade da nostalgia.Estou tão feliz que não sinto falta de coisa alguma. A verdade é que não posso sentir a falta de um amigo porque tenho a sua presença comigo. Se sentisse a sua falta, estaria reconhecendo que, quando ele partiu, teria deixado um vazio no meu peito. Pobre de mim, se cada vez que uma pessoa querida partisse, minha orquestra deixasse de tocar!»

Anthony de Mello

terça-feira, 12 de junho de 2007

Rótulos


A nossa vida é como uma garrafa
de vinho generoso. Há quem
fique satisfeito só de ler o rótulo;
outros precisam de provar o conteúdo.

Buda, um dia, mostrou aos seus discípulos
uma flor e pediu-lhes que disessem
uma coisa qualquer a seu respeito.
Olharam, (em silêncio), para a flor
durante algum tempo e, logo, um deles
fez sobre ela uma erudita prelecção.

Um outro dedicou-lhes uma poesia
e um terceiro compôs uma parábola,
tentando cada qual sobrepujar,
em arte e profundeza, o seu colega.
Mahakashyap, porém, olhou a flor,
sorriu silencioso... e nada disse.

Apenas ele foi capaz de ver a flor!

Fabricantes de rótulos! Ah, se eu pudesse «saborear» um pássaro, uma flor, uma árvore, um rosto humano!
Infelizmente, porém, não tenho tempo! Ando ocupado demais em ler os rótulos e em produzir alguns da minha própria autoria. E assim, nunca me deixo inebriar com este vinho!

O canto do pássaro
de Anthony de Mello

segunda-feira, 11 de junho de 2007

domingo, 10 de junho de 2007

O que é educar?


Educar é produzir um homem feliz e sábio. Educar é produzir um homem que ama o espectáculo da vida. Desse amor, emana a fonte da inteligência. Educar é produzir uma sinfonia em que rimam dois mundos: o das ideias e o das emoções.

Há dois tipos de educação: a que informa e a que forma. A educação que informa ensina o homem a conhecer o mundo em que habita; a educação que forma vai além, ensina-o também a conhecer o mundo que ele é.


O Mestre do amor
de Augusto Cury

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Os entendidos

« Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.» - Mateus 11, 25

Um homem que pensavam estar morto
foi levado por amigos, ao sepulcro.
Ao baixá-lo, porém, à sepultura,
o defunto reviveu e começou
a esmurrar a tampa do caixão.
Abriram o caixão e o homem sentou-se:
«Que estão vocês a fazer?- perguntou à multidão.
Não estou morto; vejam!, estou bem vivo!».
Houve espanto e silêncio perante isto.
E, disse, peremptório, um dos presentes:
«O médico e o Padre, caro amigo,
declararam que você já estava morto,
e os entendidos, sabe, não se enganam».
Fecharam, novamente, o seu caixão...
e, com respeito solene, o sepulturam.
O canto do Pássaro
de Anthony de Mello

quinta-feira, 7 de junho de 2007

O explorador


Ao meu amigo de além-mar - H.K. Merton

Voltou o explorador para o seu povo
que o esperava ansioso por saber
tudo sobre o Amazonas. Entretanto,
com que termos podia ele exprimir
todos os sentimentos que inundaram
o seu coração, quando viu, na densa mata,
aquelas flores de beleza sem igual?
E, quando ele ouviu, à noite, os sons da selva?
Como contar os seus medos e ansiedades
perante a ameaça das feras e dos rios
que ele em frágil canoa navegara?

Eis o que ele disse, então: «Ide lá vós mesmos!
Nada melhor que o próprio risco
e a experiência pessoal». Para guiá-los,
deu-lhes um mapa do Amazonas.
Pegou, então, no mapa aquela gente,
pôs-lhe uma moldura e colocou-o
numa sala da sua Prefeitura.
Fizeram dele cópias pessoais
e cada um que possuía destas cópias
já se julgava um bom conhecedor
do famoso Amazonas, pois no mapa
estavam todas as curvas deste rio,
igarapés, cascatas, corredeiras.
E o pobre explorador arrependeu-se
de, um dia, lhes ter dado aquele mapa!
O canto do pássaro
de Anthony de Mello

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Feliz Aniversário, Minha Princesa!

Olha, tu e eu! Somos belos, não somos? "A beleza está nos olhos de quem a vê"

Aceita este ramo de flores virtual em nome do verdadeiro amor que sinto por ti.



Estes pensamentos são para ti. Reflecte sobre eles e deixa que a sua essência perfumada e a sua nobre sabedoria impregne o teu coração.



"Amar não é mais que morrer em si para renascer no outro."

"Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo."

"Quando descanso? Descanso no amor."

"Amar alguém é ser o único a ver um milagre invisível para outros."

"Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei."

"O verdadeiro amor nunca se esgota. Quanto mais se dá, mais se tem. "

"Amar alguém significa ver essa pessoa como a Deus a concebeu."

"Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos."

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa, ou como um címbalo que tine. E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, não seria nada. E, ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada me aproveitaria."


Dedico-te este poema, que sei ser muito do teu agrado.

Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo.

Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há coisa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa...



E agora, mais um presente-surpresa. Dedico-te esta bela canção de amor. Não fui eu quem a escreveu, mas aceita esta melodia e estas palavras como se fossem minhas.




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I give her all my love

That's all I do

And if you saw my love

You'd love her too

I love her

She gives me ev'rything

And tenderly

The kiss my lover brings

She brings to me

And I love her

A love like ours

Could never die

As long as I

Have you near me

Bright are the stars that shine

Dark is the sky

I know this love of mine

Will never die

And I love her

Bright are the stars that shine

Dark is the sky

I know this love of mine

Will never die

And I love her

P.S. Ah! Estas são apenas as surpresas virtuais!

domingo, 3 de junho de 2007

Uma história sobre o céu e o inferno


Deus, numa atitude incomum, convidou um Pastor e um Padre para conhecer o céu e o inferno. Ao abrirem a porta do inferno, viram centenas de pessoas sentadas à volta de uma mesa enorme. No centro da mesa, viam-se os manjares mais requintados que qualquer pessoa poderia imaginar e, embora todos tivessem uma colher para chegar ao prato central, estavam mortos de fome! O problema era que as colheres tinham o dobro do comprimento dos seus braços e estavam presas às suas mãos. Assim, todos podiam servir-se, mas ninguém conseguia levar a comida à boca. A situação era deveras desesperada e ouviam-se gritos de dor e sofrimento.


Entraram numa sala idêntica à primeira, onde se depararam com o mesmo cenário; as pessoas em volta e, para surpresa dos dois, as mesmas colheres de cabo comprido, que alcançavam o prato central, mas não podiam alcançar a boca. Mas a grande diferença é que todos estavam saciados. O pastor e o padre se questionaram? - Eu não compreendo - disse o padre- por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual, inclusive as colheres com cabos compridos? - Sim, como isso é possível? - completou o pastor. Deus sorriu e respondeu:- Ainda não compreenderam? Aqui, no céu, ninguém morre de fome, porque os meus servos aprenderam a dar comida uns aos outros.