sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Quem sabe


Quem sabe do medo é quem sente,
quem sabe da dor é quem tem
quem sabe do amor é quem se entrega
quem sabe da solidão é a vida
quem sabe da vida é a morte
quem sabe da mentira é quem mente
e quem sabe da verdade é a liberdade.

Ainda que o medo te assole,
ou que a dor te amole,
ainda que o amor te rejeite
e a solidão não te respeite
ainda que a vida te destrua
e a morte se mostre crua,
ainda que a mentira te acuse
e os mentirosos te usem
ainda assim,
a verdade te trará a liberdade
de viver o que tu desejas ser

Fonte: Alice no País do Pensamento


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Quando amamos mostramos Deus



Deus est mortali iuvare mortalem: "Para o mortal, Deus é ajudar o mortal". Essa frase de Plínio, o Velho, recolhida também por Cícero, chega até nós, por conseguinte, do próprio mundo pagão. Por pouco que sobre ela se medite, percebe-se uma profundidade abismal. Remete, por um lado, à presença activa de Deus, que não é um "estar" apático ou inerte, mas é sempre "acontecimento" vivo, sobretudo onde tal presença é acolhida e prolongada na liberdade humana. E por outro lado, aponta para o lugar privilegiado desse acontecer, pois Deus nunca "acontece" tão profunda, intensa e puramente como quando um homem ou uma mulher acorre em ajuda de outro homem ou de outra mulher. Onde alguém ama, está tornando visível e operante a presença de Deus.

Andrés Torres Queiruga em "Do terror de Isaac ao Abbá de Jesus"

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O fabuloso destino de Amélie e os Tindersticks

"O Fabuloso destino de Amélie", é um dos filmes da minha vida. A personagem Amélie, interpretada por Audrey Tautou, é simplesmente deliciosa, divertida e insólita. O filme é apaixonante, cativante e cheio de originalidade.
Sobre o filme alguém disse:" «O fabuloso destino de Amélie» não é, aos meus olhos, um filme. É um sonho. Um sonho maravilhoso que nos acompanha eternamente, depois de o termos, e que nunca mais queremos esquecer.
Jean Pierre-Jeunet pinta, neste quadro, das histórias mais brilhantes dos últimos anos, com um argumento apaixonante, original, envolvente, desdobrado em personagens que nos impelem, de tal forma, para que vejamos o mundo com os seus olhos, que se tornam parte de nós, nos consomem, recriam e fazem pensar incessantemente."
Hoje, decidi falar sobre este filme, porque há pouco tempo encontrei no "You Tube" um video (não oficial) de uma canção que considero fabulosa, maravilhosa. Curiosamente as imagens do video são deste filme que mencionei. Na minha opinião, a junção da música com as imagens está harmoniosa. Grande filme, grande canção!

Tindersticks - "Buried Bones"

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Vida é aventura

«Esta vida tão improvável que nos é dada, cabe a nós não a desperdiçar. A vida não é um destino, é uma aventura. Ninguém escolheu nascer; ninguém vive sem escolher. Cada qual é inocente de si, mas responsável pelos seus actos. E responsável, portanto, ao menos em parte, por aquilo que se tornou.(...) É forjando que alguém se torna forjador. É bebendo que alguém se torna alcoólico. É realizando acções virtuosas que alguém se torna virtuoso. "Fazer", dizia Lequier, "e, fazendo, fazer-se". Isso não fará de nós outra pessoa, o que ninguém consegue. Mas impede de nos resignarmos rápido demais ao que somos, o que ninguém deve fazer.» - André Comte-Sponville, em "A vida humana" - Martins Fontes, p.26

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O amor é mestre

MEUS IRMÃOS, não temam o pecado, amem o homem mesmo no pecado, é isso a imagem do amor divino, um amor como não há maior na terra. Amem toda a criação no seu conjunto e nos seus elementos, cada folha, cada raio de luz, os animais, as plantas. Amando cada coisa, compreenderão o mistério divino nas coisas. Tendo-o compreendido uma vez, vocês o conhecerão sempre mais, a cada dia. E acabarão por amar o mundo inteiro com um amor universal...... o amor é mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar de facto, não por um instante, mas até o fim. Qualquer um, até mesmo um criminoso, é capaz de um amor fortuito.

O Stárets Zósima de Fiódor M. Dostoiévski em "Os irmãos Karamázov" - Ediouro, ps 320-321

Fonte: Ricardo Gondim

domingo, 17 de fevereiro de 2008

"Canção triste" que enche a alma

Descobri esta canção ontem, num blog que costumo visitar com alguma frequência e no qual já tive o prazer de descobrir verdadeiras pérolas musicais.
A música captou de imediato a minha atenção pela diferença, intensidade e as emoções que desperta.
Estive para postar o video oficial, mas descobri outro que me tocou profundamente. Creio que as imagens se enquadram no espírito da canção. É um alerta sobre as espécies animais ameaçadas, em perigo de extinção. Oiçam e vejam com atenção:

Fredo Viola - "Sad Song"

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sabes que te amo?


Para a minha doce, amorosa e bela princesa...

O dia de hoje foi estipulado ser o dia dos (e)namorados. Para assinalar a data, decidi voltar a dedicar-te um texto que escrevi há algum tempo e que postei neste blog.
Tu és a fonte de inspiração dessas palavras escritas com amor profundo e verdadeiro. Quero que entre nós permaneça vivo este estado de enamoramento que nos enche o coração de ternura, serenidade, alegria e paz. Quero que o nosso amor se renove, recrie, amadureça e cresça cheio de beleza, inocência, pureza, ternura, compreensão, confiança, sinceridade e paixão.

Sabes que te amo?

Por vezes, sou acordado de manhã, com a tua voz sussurrando ao meu ouvido: «Sabes que te amo?». Outras vezes, enquanto escrevo ou estou profundamente concentrado na leitura de um livro, sinto uma carícia suave e aconchegante sobre os meus cabelos e a tua voz doce e ternurenta murmura: «Sabes que te amo?». Respondo quase sempre com um sorriso de indisfarçável alegria e satisfação, e retribuo com beijos e afagos o profundo e sincero afecto com que me aquietas a alma e aqueces o coração. Eu sinto-me grato(e algumas vezes, sinto vontade de chorar, porque sinto que não mereço).

«Sabes que te amo?», repetes a pergunta, que não é retórica, nem é como aquelas perguntas que por vezes fazemos, com o intuito de satisfazer a curiosidade, esclarecer algumas dúvidas, ou simplesmente para tentar saciar a insaciável sede de aprender e conhecer.«Sabes que te amo?»- Sei que é mais uma afirmação que uma interrogação. Penso que tu queres afirmar e queres que eu esteja seguro que, apesar de todos os meus defeitos, falhas e imperfeições, tu me amas como eu sou. Apesar das críticas que te dirijo; das coisas que te recuso; do meu aparente desinteresse; do meu espírito por vezes tão ausente; da minha impaciência irritante; das minhas crises de ansiedade; dos meus hábitos invulgares; das minhas opiniões irreflectidas; dos meus gestos impensados; das minhas pequenas obsessões; do meu desajeitado sentido prático; da minha falta de autoconfiança; das minhas inseguranças nocivas; dos meus medos injustificados; do cansaço que por vezes trago e com o qual te sobrecarrego; dos meus acessos de preguiça aguda; do meu despojamento em relação a tantas coisas(que para ti são importantes); do meu apego aquilo que considero que realmente importa e é essencial(mas que para ti pode não ser); do meu feitio caseiro e fechado; da falta de ousadia e coragem para correr riscos que por vezes se apodera de mim... e de tantas outras coisas que agora não me ocorrem e que, a serem lembradas, tornariam esta lista um relatório fastidioso e aborrecido.

«Sabes que te amo?» - Sim, eu sei.(raramente te respondo assim, porque creio que a tua intenção não é obter uma resposta, ou pelo menos, esta resposta) Tu queres reafirmar o teu amor por mim... Tu queres dizer-me:" Eu amo-te como tu és! Não me importa se por vezes falhas, se fracassas, se me desiludes, se me magoas, se não correspondes ás minhas expectativas... Eu sinto amor... é amor...". Então, vem-me à mente uma passagem bíblica, "o amor cobre uma multidão de pecados...". E quanto mais reflicto mais frases me ocorrem: "o amor é paciente...Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

«Sabes que te amo?» E parece que te oiço dizer:« Deixa-me amar-te... gosto tanto de amar-te... é tão bom amar-te.» E eu sinto-me amado e cheio de gratidão. Mas não mereço.Eu acredito e sinto que me amas, minha amada. O teu amor flui no meu coração como um bálsamo suave e inebriante. Sinto-me então mais confiante, sereno, ousado, corajoso, dinâmico, aberto aos outros, compreensivo, compassivo e paciente.

Eu também te amo, meu tesouro. Sabes que te amo? Quero que saibas que só sei amar-te como sou e amo-te como és. Não tenhas medo, minha flor. Não tenhas receio das trevas, pois também há luz no meu olhar. Não te assustes com as sombras; fixa o teu olhar no meu sorriso de criança feliz quando me dizes: «sabes que te amo?».Conta-me histórias de encantar quando à noite chegar cansado. Beija os meus densos cabelos negros e brancos, quando me sentires ausente ou ansioso. Deixa-me mergulhar com os meus medos nas águas tranquilas do teu regaço. Contagia-me com o teu entusiamo e alegria quando me sentires fustigado pelas tempestades da vida. Levanta-me com as tuas mãos suaves e maternas quando eu tropeçar e cair. Acalma-me com os teus beijos suaves e ternos quando o meu corpo tremer de ansiedade. Encoraja-me com as tuas palavras doces e meigas quando eu começo a vacilar. Pega nas minhas mãos frias e cansadas com as tuas mãos suaves e macias e diz-me mais uma vez: «sabes que te amo?».

Quero que saibas também que é o teu amor, meu amor(minha musa), que me faz escrever assim. Eu que já não escrevia assim há tanto tempo e agora escrevo, só porque acordei esta manhã com a tua voz doce de menina a segredar-me ao ouvido: «Sabes que te amo?».

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Responsabilidade humana

«A essência da liberdade, se é que lhe interessa saber, não consiste apenas em ter a galhardia ou a honradez de assumir os próprios erros sem ficar procurando desculpas a torto e a direito. O indivíduo responsável é consciente do que sua liberdade tem de 'real'. Emprego 'real' no duplo sentido, de 'autêntico' ou 'verdadeiro' e também 'próprio de um rei', aquele que toma decisões sem que nenhum superior lhe dê ordens. Responsabilidade é saber que cada um de meus actos vai-me construindo, vai-me definindo, vai-me inventando. Ao escolher o que quero fazer vou-me transformando pouco a pouco. Todas as decisões deixam marca em mim mesmo antes de deixá-la no mundo que me cerca». (Fernando Savater em "Ética para meu Filho" - Editora Martins Fontes).

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A liberdade do verdadeiro amor



"Todo o ser humano vive as suas experiências de amor. Cada um já amou uma vez e também já foi amado. E experimentou, nesta ocasião, o milagre do amor. Porém,muitas vezes, também viveu o fracasso e as complicações em que o amor pode colocá-lo. O amor, sem sombra de dúvidas, é uma das forças mais poderosas no ser humano; no mínimo, uma força que ninguém pode ignorar. E em todas as experiências de amor, nas bem-sucedidas e nas fracassadas, o ser humano aspira por amor verdadeiro, por um amor que não fira nem destrua, mas que vivifique e enobreça; que não controle e aprisione, mas liberte e abra um espaço para a vida. Na verdade, o ser humano aspira ser amado incondicionalmente em tudo o que é. Ele aspira por um amor que lhe permita viver autenticamente em liberdade."

Anselm Grün - Obra: Abra seu coração para o amor - Ed. Vozes

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O que é a alegria?



«O que é a alegria? Um 'sim' espontâneo à vida que brota de dentro de nós, às vezes quando menos esperamos. Um 'sim' ao que somos, ou melhor, ao que sentimos ser. Quem tem alegria já recebeu o prémio máximo e não carece de nada; quem não tem alegria - por mais sábio, bonito, sadio, rico, poderoso, santo, etc., que seja - é um miserável que carece do mais importante. Pois bem, ouça: O prazer é magnífico e desejável quando sabemos colocá-lo a serviço da alegria, mas não quando a turva ou a compromete. O limite negativo do prazer não é a dor, nem mesmo a morte, mas a alegria: quando começamos a perdê-la por um determinado deleite, com certeza estamos desfrutando o que não nos convém». (Fernando Savater em "Ética para meu Filho" - Editora Martins Fontes).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quantos Mozart já se perderam?

«Marx dizia: 'Eu não asseguro que em cada jovem se abrigue um Mozart, porém almejo que, se num jovem existir um Mozart, esse Mozart possa revelar-se'. Pensemos em quantas mulheres-Mozart não se revelaram impedidas pelo machismo. Pensemos em quantas mulheres geniais foram reprimidas somente pelo facto de ser mulheres! Não saberemos jamais se a irmã de Mozart possuía uma genialidade musical superior à do irmão, porque, ainda que a tivesse tido, o pai certamente não lhe teria oferecido a mesma educação e as mesmas oportunidades favoráveis que ofereceu ao jovem Wolfgang». (Domenico De Masi em "Diálogos criativos" - De Leitura).

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O Inferno


"O inferno não são 'os outros'. O inferno é trabalhar tão duramente para obter o sucesso de forma a corroer nosso relacionamento com os outros; a enxergar os outros somente em função do que eles podem fazer por nós. Isto me faz pensar em Fausto, que vendeu a sua alma pelo poder ilimitado do mundo, e que se tornou imensamente solitário ao alcançá-lo. Para ele inferno é a solidão de ter tudo e saber que ainda não é o bastante. (Será que todos fazemos os nossos pactos com o demônio, recebendo o que pensamos que queremos e perdendo em troca parte de nossas almas?)". (Harold Kushner em Quando Tudo não é o Bastante).


domingo, 3 de fevereiro de 2008

Canções da minha vida IV

Talvez poucos conheçam esta bela e inspirada canção interpretada por duas grandes vozes, que marcaram uma geração de admiradores fieis e entusiastas. Com certeza, que uma maioria já ouviu falar de Morrissey e dos The Smiths, grupo do qual ele foi líder e vocalista, durante grande parte da década de 80. Quanto a Siouxie, acredito que poucos devem ter ouvido falar desta senhora contemporânea de Morrissey, que tive a honra de ver e ouvir ao vivo num concerto histórico na cidade da Figueira da Foz.
A canção é quase perfeita e o video uma verdadeira pérola.
Minhas senhoras e meus senhores, tenho a honra e o prazer de vos apresentar:

Morrissey and Siouxie - "Interlude"



Time is like a dream
And now, for a time, you are mine
Lets hold fast to the dream
That tastes and sparkles like wine

Who knows (who knows)If its real
Or just something were both dreaming of
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love

Loving you
Is a world thats strange
So much more than my heart can hold
Loving you
Makes the whole world change
Loving you, I could not grow old

No, nobody knows
When love will end
So till then, sweet friend ...

Time is like a dream
And now, for a time, you are mine
Lets hold fast to the dream
That tastes and sparkles like wine

Who knows (who knows)If its real
Or just something were both dreaming of ?
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Duma vez por todas


Duma vez por todas
foi dado este
breve preceito:
"Ama e faz o que quiseres".

Se calas,
cala por amor.

Se falas,
fala por amor.

Se corriges,
corrige por amor.

Se perdoas,
perdoa por amor.

Põe no fundo do coração
a raiz do amor.
Dessa raiz não pode
crescer senão o bem.

Stº Agostinho