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«Tem nove meses. Está sentado ao meu lado no carro que conduzo através de um campo inundado de sol. Enquanto tomo atenção à estrada, observo-o de vez em quando.Tem nos olhos a gravidade de um sábio. Estuda as luzes, as sombras e os laços dos sapatinhos, que agarrou. Por vezes um pensamento fá-lo franzir a testa.
Abrando um pouco, inclino-me para ele e digo-lhe a rir: "A vida é espantosa. Vamos todos morrer mas mesmo assim é fabulosa." Ele interrompe os estudos, fixa em mim os olhos negros como ameixas, sorri de lado e retoma os pensamentos profundos, imperturbável, majestoso.»
Abrando um pouco, inclino-me para ele e digo-lhe a rir: "A vida é espantosa. Vamos todos morrer mas mesmo assim é fabulosa." Ele interrompe os estudos, fixa em mim os olhos negros como ameixas, sorri de lado e retoma os pensamentos profundos, imperturbável, majestoso.»
Christian Bobin, em "Ressuscitar"
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