terça-feira, 19 de maio de 2009

O FALSO «EU» (2ª PARTE)

«O falso eu é a pessoa que nós apresentamos ao mundo, aquela que, em nosso entender, será agradável aos outros: atraente, confiante e bem sucedida. O verdadeiro eu, por outro lado, é a pessoa que nós somos diante de Deus.
A santidade consiste em descobrir quem é essa pessoa e em lutar para conseguir sê-lo. (...)

O verdadeiro eu de cada pessoa é uma criação única de Deus, e o caminho para a santidade é tornarmo-nos o único eu que Deus deseja que nós sejamos.(...)

Thomas Merton refere-se a essa jornada como a «descoberta de mim mesmo ao descobrir Deus». Ele diz: «Se eu O encontrar, encontrar-me-ei a mim mesmo, e se eu encontrar o meu verdadeiro eu, também encontrarei a Deus.» Por outras palavras, Deus quer que nós sejamos as pessoas para que fomos criados: ser pura e simplesmente aquilo que somos, e, nesse estado, amar a Deus e deixarmo-nos amar por Ele. Trata-se, na verdade, de uma caminhada dupla: encontrar Deus significa deixarmos que Ele nos encontre. E encontrar o nosso verdadeiro eu significa permitir que Deus nos encontre e nos revele o nosso verdadeiro eu. (...)

O desejo de o nosso verdadeiro eu ser revelado, de nós nos aproximarmos mais de Deus, foi um desejo plantado dentro de nós por Deus.
Ao mesmo tempo, a nossa própria individualidade, o nosso próprio tipo de santidade, vai sendo gradualmente revelado. (...)
O tipo de santidade de cada um vai-se tornando mais claro à medida que o verdadeiro eu se vai revelando.

E, à medida que nos vamos aproximando mais do nosso verdadeiro eu, do eu que deveríamos ser, do eu criado por Deus, mais as nossas facetas mais amáveis vão sendo naturalmente ampliadas, e mais as nossas facetas pecaminosas se vão reduzindo naturalmente.»

"Depois de termos aprendido a viver com o nosso verdadeiro eu, nunca mais conseguimos voltar a satisfazer-nos com a nossa falsa identidade: esta parece-nos completamente disparatada e superficial." (Richard Rohr)

James Martin, S.J., em "Torna-te aquilo que és"

1 comentário:

Viviana disse...

Olá Paulo, meu bom irmão e amigo

Mas que texto tão interessante e tão claro nos ofereceu aqui hoje...

Não é facil falar sobre este tema, mas o autor fê-lo com mestria e de uma forma deveras proveitosa.

Estou plenamente de acordo com o autor, pois é isso que no fundo o Evangelho nos ensina.

Fomos criados, e nascemos com um fim, com um propósito na vida .

E só quando conseguimos com a ajuda divina ser esse ser para o qual fomos criados...conseguimos realizar-nos e ter uma vida frutuosa e abundante, tal como no-lo diz a Escrituta.

Obrigada por a partilha.

Parabens por o que aqui vai repartindo conosco.


Um grande abraço

viviana
Que Deus o abençoe