segunda-feira, 21 de junho de 2010

DAR E RECEBER GRATUITAMENTE

«Estamos no mundo para aprender a amar, matriculando-nos na escola de Jesus.
Aprender a amar é extremamente simples: é aprender a dar gratuitamente e aprender a receber gratuitamente....

Dar gratuitamente não é para nós espontâneo. Temos uma grande tendência para dar para receber em troca. O dom de nós mesmos é sempre motivado, em maior ou menor grau, pela expectativa de alguma gratificação. O Evangelho convida-nos a pôr de parte essa limitação para praticar um amor tão puro e desinteressado como o do próprio Deus, um amor que seja livre precisamente por ser capaz de existir e de durar sem ser condicionado pela resposta nem pelo mérito daquele a quem se destina...

Também não temos facilidade em receber gratuitamente...
Receber gratuitamente pressupõe que tenhamos confiança naquele que dá, que tenhamos o coração aberto e disponível para receber...
Não podemos receber gratuitamente se não nos reconhecermos e nos aceitarmos como pobres; e o orgulho recusa-se terminantemente a fazê-lo. Somos capazes de reivindicar, de exigir, mas raramente de aceitar.

Pecamos por falta de gratuidade sempre que, nas nossas relações com Deus ou com os outros, o bem que tivermos realizado nos sirva de pretexto para reivindicar algum direito, para exigir reconhecimento ou qualquer gratificação por parte de outro. E também, mais subtilmente, sempre que tivermos receio, por causa desta ou daquela limitação ou falha pessoal, de não receber amor, como se o amor devesse pagar-se ou merecer-se.»

Jacques Philippe, em "A Liberdade Interior"

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