quinta-feira, 31 de março de 2011

A PORTA DE SAÍDA DO INFERNO


No filme Gandhi, de Richard Attenborough, há, quase no final, uma cena de grande força espiritual, só protagonizável por pessoas que pairam acima das diferenças políticas, sociais ou religiosas. Gandhi estava entregue a um rigoroso jejum, já muito debilitado, quase a morrer, pois não aceitava que a Índia, ao libertar-se dos ingleses, se dividisse entre hindus e muçulmanos. (Na verdade, ele viria a ser assassinado, pouco depois, por um separatista). 

Estava deitado no seu colchão, quando se apresentou um hindu que lhe disse merecer o inferno. 
Gandhi perguntou-lhe: 
- Porque falas assim? Que fizeste? 
- Matei uma criança muçulmana, confessou envergonhado. 
- Por que razão? 
- Porque eles também mataram o meu filho. 

Gandhi, então, ensinou-lhe com extrema doçura: 
- Há uma porta de saída do inferno: a de tolerância, a do perdão, a da boa convivência. 
Agora, vai e adopta uma criança muçulmana e não tentes mudar as suas convicções religiosas. Deixa-a viver como muçulmana.» 


Pe. Neylor J. Tonin, em "Histórias de Sabedoria"

3 comentários:

Viviane disse...

A verdade é de uma beleza incomparável. Só aos sábios e puros de coração creio ser dada e sentida.

Jaime A. disse...

A quantas pessoas "civilizadas" se terá de contar esta (e outras) parábolas?
Suprema coragem que provavelmente pode ser tomada levianamente por "pieguice".
Gosto muito dos textos que partilhas.

Ale Costa disse...

Há muito tempo venho seguindo o trabalho de vocês, muito nobre, por sinal. Acho que devemos juntar forças na divulgação dos atuais acontecimentos, por isso criei um blog para tentar contribuir. Se puder, visite e dê sua opinião.
Abraços e muito (mais) sucesso!
Ale.
http://ordem-natural.blogspot.com