Um dia saí de casa pela manhã, a caminho do meu trabalho como fazia habitualmente ao longo de muitos anos. Apesar do stress diário estar com as pessoas com quem cresci, na aldeia onde nasci, onde quase toda a gente me trata pelo diminutivo, fazer as minhas tarefas diárias, dava-me imenso prazer. É verdade sim que era para ganhar a vida, mas não era só isso. Da janela perto da secretária onde trabalhava podia ver o cemitério onde as pessoas que eu tanto amei repousam. A saudade imensa que por vezes se sente era apaziguada quando para lá olhava. Almoçar com a minha mãe, fazia-me bem a mim e a ela. Ela sentia-se útil e além de ser a matriarca da família, sempre foi a minha confidente, apesar de tudo. Nesse dia o meu carro avariou e foi rebocado, passados poucos minutos fui despedida com tudo de mau que me poderia ter sido feito. Foi assim que naquele dia que parecia como outro qualquer, o meu mundo ficou cinzento e a minha vida deu uma volta de 180º. O que para mim parecia certo deixou de o ser.Fiquei de "rastos". Magoada, ofendida,humilhada em local público, mal tratada. Era o meu ganha pão e da minha família. De um momento para o outro e debaixo de ameaças vi-me forçada a regressar a casa de táxi e arrancada do meu mundo. O mundo em que sempre vivi. Foi naquele dia que decidi que o meu maior triunfo seria sobre mim mesma. Aprendi que isso me podia estimular a continuar com dignidade, respeito e coragem, e que isso não poderiam ser outras pessoas a tirar-me. Aprendi que por vezes para olhar o mundo é preciso estar na mó de baixo. Aprendi que nada acontece por acontecer, sempre há um " para quê"? Descobri que caras feias que eu por vezes via não eram mais do que reflexos de mim mesma em milhares de espelhos. As sombras que me seguiam eram ameaças da minha insegurança. Naquele dia deixei de ser propagandista dos meus triunfos passados e passei a ser a minha própria luz. Também aprendi de que de nada me serve ser a minha própria luz se não puder iluminar o caminho dos demais. Descobri que o difícil não vai ser chegar lá acima, mas sim manter a subida. Aprendi que vou ter de conquistar a vida por etapas. A vitória duradoura não se consegue de repente, senti que na luta pelos meus objectivos o maior é lutar e que são os caminhos sofridos que nos amadurecem e nos domam. Para mim deixou de ser importante quem ganha ou quem perde, mas quem faz. Decidi ver cada problema como uma oportunidade para tentar encontrar uma solução. Decidi não esperar as oportunidades, mas ser eu mesma a ir buscá-las. Decidi ver cada dia como uma nova forma de começar. Aprendi que os meus medos passam quando passo para a acção. Aprendi que posso viver com menos, e que a maior dádiva que posso ter é ser bem tratada. Aprendi que o maior triunfo que posso ter é chamar alguém de amigo, que o amor é muito mais do que um estado de enamoramento. É uma decisão de vida. Aprendi que os sonhos existem para fazer a realidade. Decidi viver doutra forma...
1 comentário:
O que parecia ser um dia como outro qualquer.
Um dia saí de casa pela manhã, a caminho do meu trabalho como fazia habitualmente ao longo de muitos anos.
Apesar do stress diário estar com as pessoas com quem cresci, na aldeia onde nasci, onde quase toda a gente me trata pelo diminutivo, fazer as minhas tarefas diárias, dava-me imenso prazer.
É verdade sim que era para ganhar a vida, mas não era só isso. Da janela perto da secretária onde trabalhava podia ver o cemitério onde as pessoas que eu tanto amei repousam. A saudade imensa que por vezes se sente era apaziguada quando para lá olhava. Almoçar com a minha mãe, fazia-me bem a mim e a ela. Ela sentia-se útil e além de ser a matriarca da família, sempre foi a minha confidente, apesar de tudo.
Nesse dia o meu carro avariou e foi rebocado, passados poucos minutos fui despedida com tudo de mau que me poderia ter sido feito.
Foi assim que naquele dia que parecia como outro qualquer, o meu mundo ficou cinzento e a minha vida deu uma volta de 180º.
O que para mim parecia certo deixou de o ser.Fiquei de "rastos". Magoada, ofendida,humilhada em local público, mal tratada. Era o meu ganha pão e da minha família. De um momento para o outro e debaixo de ameaças vi-me forçada a regressar a casa de táxi e arrancada do meu mundo. O mundo em que sempre vivi.
Foi naquele dia que decidi que o meu maior triunfo seria sobre mim mesma.
Aprendi que isso me podia estimular a continuar com dignidade, respeito e coragem, e que isso não poderiam ser outras pessoas a tirar-me.
Aprendi que por vezes para olhar o mundo é preciso estar na mó de baixo.
Aprendi que nada acontece por acontecer, sempre há um " para quê"?
Descobri que caras feias que eu por vezes via não eram mais do que reflexos de mim mesma em milhares de espelhos.
As sombras que me seguiam eram ameaças da minha insegurança.
Naquele dia deixei de ser propagandista dos meus triunfos passados e passei a ser a minha própria luz.
Também aprendi de que de nada me serve ser a minha própria luz se não puder iluminar o caminho dos demais.
Descobri que o difícil não vai ser chegar lá acima, mas sim manter a subida.
Aprendi que vou ter de conquistar a vida por etapas. A vitória duradoura não se consegue de repente, senti que na luta pelos meus objectivos o maior é lutar e que são os caminhos sofridos que nos amadurecem e nos domam.
Para mim deixou de ser importante quem ganha ou quem perde, mas quem faz.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade para tentar encontrar uma solução.
Decidi não esperar as oportunidades, mas ser eu mesma a ir buscá-las.
Decidi ver cada dia como uma nova forma de começar.
Aprendi que os meus medos passam quando passo para a acção.
Aprendi que posso viver com menos, e que a maior dádiva que posso ter é ser bem tratada.
Aprendi que o maior triunfo que posso ter é chamar alguém de amigo, que o amor é muito mais do que um estado de enamoramento. É uma decisão de vida.
Aprendi que os sonhos existem para fazer a realidade.
Decidi viver doutra forma...
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