«Certa vez, Frei Egídio (um dos companheiros mais queridos de S. Francisco), homem muito simples e piedoso, falou assim ao Ministro General, Frei Boaventura (+ 1274), um dos maiores teólogos da Igreja.
- Meu Pai, Deus deu-lhe muitos dotes. Eu, pessoalmente, não recebi grandes talentos. O que devemos nós, ignorantes e tolos, fazer para sermos salvos?
O douto e santo Frei Boaventura elucidou-o dizendo:
- Se Deus não desse ao homem nenhuma outra capacidade senão a de amar, isto lhe bastaria para se salvar.
- Quer dizer que um ignorante, pode amar a Deus tanto como um sábio?, perguntou Frei Egídio, tentando entender.
- Mesmo uma velhinha muito ignorante, disse-lhe com ternura o grande teólogo, pode amar mais a Deus do que um professor de Teologia.
Dando pulos de alegria, Frei Egídio correu para a sacada do convento e começou a gritar:
- Ó velhinha ignorante e rude, tu que amas a Deus Nosso Senhor, podes amá-l`O mais do que o grande teólogo Frei Boaventura.
E, comovido, ficou ali, imóvel, durante três horas.»
(Pe. Neylor J. Tonin, em "Histórias de Sabedoria")
1 comentário:
Caridade
Amas com todo o fervor do coraçâo,
Buscas em ti a fonte luminosa,
Qual estrela límpida, esplendorosa,
Nas profundezas do teu ser, a vibração.
Que há de espargir sobre os desgraçados,
Qual beijo de mãe estremecida,
Acariciando o filho eternecida,
Amando as criaturas deserdadas.
Afaga a criança sofredora,
Ampara o velho solitario e triste,
Foge da ilusão tentadora.
Perdoa, ajuda, abençoa, cura,
Não esqueces a visão que vistes,
Do meigo Jesus de alma pura.
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