terça-feira, 24 de abril de 2007

Sabes que te amo?


Por vezes, sou acordado de manhã, com a tua voz sussurrando ao meu ouvido: «Sabes que te amo?». Outras vezes, enquanto escrevo ou estou profundamente concentrado na leitura de um livro, sinto uma carícia suave e aconchegante sobre os meus cabelos e a tua voz doce e ternurenta murmura: «Sabes que te amo?». Respondo quase sempre com um sorriso de indisfarçável alegria e satisfação, e retribuo com beijos e afagos o profundo e sincero afecto com que me aquietas a alma e aqueces o coração. Eu sinto-me grato(e algumas vezes, sinto vontade de chorar, porque sinto que não mereço).

«Sabes que te amo?», repetes a pergunta, que não é retórica, nem é como aquelas perguntas que por vezes fazemos, com o intuito de satisfazer a curiosidade, esclarecer algumas dúvidas, ou simplesmente para tentar saciar a insaciável sede de aprender e conhecer.
«Sabes que te amo?»- Sei que é mais uma afirmação que uma interrogação. Penso que tu queres afirmar e queres que eu esteja seguro que, apesar de todos os meus defeitos, falhas e imperfeições, tu me amas como eu sou. Apesar das críticas que te dirijo; das coisas que te recuso; do meu aparente desinteresse; do meu espírito por vezes tão ausente; da minha impaciência irritante; das minhas crises de ansiedade; dos meus hábitos invulgares; das minhas opiniões irreflectidas; dos meus gestos impensados; das minhas pequenas obsessões; do meu desajeitado sentido prático; da minha falta de autoconfiança; das minhas inseguranças nocivas; dos meus medos injustificados; do cansaço que por vezes trago e com o qual te sobrecarrego; dos meus acessos de preguiça aguda; do meu despojamento em relação a tantas coisas(que para ti são importantes); do meu apego aquilo que considero que realmente importa e é essencial(mas que para ti pode não ser); do meu feitio caseiro e fechado; da falta de ousadia e coragem para correr riscos que por vezes se apodera de mim... e de tantas outras coisas que agora não me ocorrem e que, a serem lembradas, tornariam esta lista um relatório fastidioso e aborrecido.

«Sabes que te amo?» - Sim, eu sei.(raramente te respondo assim, porque creio que a tua intenção não é obter uma resposta, ou pelo menos, esta resposta) Tu queres reafirmar o teu amor por mim... Tu queres dizer-me:" Eu amo-te como tu és! Não me importa se por vezes falhas, se fracassas, se me desiludes, se me magoas, se não correspondes ás minhas expectativas... Eu sinto amor... é amor...". Então, vem-me à mente uma passagem bíblica, "o amor cobre uma multidão de pecados...". E quanto mais reflicto mais frases me ocorrem: "o amor é paciente...Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

«Sabes que te amo?» E parece que te oiço dizer:« Deixa-me amar-te... gosto tanto de amar-te... é tão bom amar-te.» E eu sinto-me amado e cheio de gratidão. Mas não mereço.
Eu acredito e sinto que me amas, minha amada. O teu amor flui no meu coração como um bálsamo suave e inebriante. Sinto-me então mais confiante, sereno, ousado, corajoso, dinâmico, aberto aos outros, compreensivo, compassivo e paciente.

Eu também te amo, meu tesouro. Sabes que te amo? Quero que saibas que só sei amar-te como sou e amo-te como és. Não tenhas medo, minha flor. Não tenhas receio das trevas, pois também há luz no meu olhar. Não te assustes com as sombras; fixa o teu olhar no meu sorriso de criança feliz quando me dizes: «sabes que te amo?».
Conta-me histórias de encantar quando à noite chegar cansado. Beija os meus densos cabelos negros e brancos, quando me sentires ausente ou ansioso. Deixa-me mergulhar com os meus medos nas águas tranquilas do teu regaço. Contagia-me com o teu entusiamo e alegria quando me sentires fustigado pelas tempestades da vida. Levanta-me com as tuas mãos suaves e maternas quando eu tropeçar e cair. Acalma-me com os teus beijos suaves e ternos quando o meu corpo tremer de ansiedade. Encoraja-me com as tuas palavras doces e meigas quando eu começo a vacilar. Pega nas minhas mãos frias e cansadas com as tuas mãos suaves e macias e diz-me mais uma vez: «sabes que te amo?».

Quero que saibas também que é o teu amor, meu amor(minha musa), que me faz escrever assim. Eu que já não escrevia assim há tanto tempo e agora escrevo, só porque acordei esta manhã com a tua voz doce de menina a segredar-me ao ouvido: «Sabes que te amo?».

2 comentários:

Maria-Portugal disse...

Deus dá-nos capaciade de amar com um Amor reflexo do Dele-amor gratuito,incondicional,continuado ...
Obrigada pela nota no blog.

É bom lembrarmo-nos uns aos outros de que a Trindade habita em nós e o que significa sermos habitados pelo AMOR.

Anónimo disse...

É... Digo essa frase com alguma frequência.
O que sinto por ti estimula-me a enfrentar qualquer barreira, qualquer obstáculo,
vai além das fronteiras do pensamento.
O amor acontece em cada coisinha que fazemos, em cada gesto.
Sou feliz por isso e sinto que tu também. A felicidade para mim é isso, pequenos gestos, pequenos momentos. A certeza do afecto, do carinho, do companheirismo, da entre-ajuda, do bem querer.
A vontade de estar contigo, do prazer imenso da tua companhia, de planejar a vida, de fazer contigo todas as coisas mais simples.
Deus sabe como gosto de ouvir a tua voz, timbres únicos e inconfundíveis para os meus ouvidos,sentir o teu olhar tão especial, brilhante, vivo,pacífico, tão expressivo (onde consigo ver o teu estado de alma), esse olhar tão diferente de qualquer outro olhar.
Deus sabe como aprecio a tua companhia, gosto tanto de estar sempre mais um pouco contigo.
Contigo sinto que cheguei a casa, que é esse o meu lugar.
Sinto-te como a minha alma gémea.
És de todas as pessoas aquela tão especial que escolhi para estar ao meu lado.
Tens-te revelado um ser excepcional. Tens-te aguentado de "pedra e cal" nas adversidades que a vida trás. É aí que se vê a grandiosidade de uma alma. Eu tenho visto a tua.
Obrigado por todos os momentos que passo ao teu lado.
Sempre tua
Ana